Em sintonia com as restantes instituições culturais da cidade, a RAMPA encontra-se fechada e este evento foi adiado sine die. O neutro é o limiar entre dois opostos, um lugar provisório, suspenso, não é um nem é o outro. Mas a neutralidade não é indiferença, é uma escolha, uma actividade candente, fundada no desejo. (Barthes, Le Neutre, 1977-1978.) As obras de Isabel, Mafalda e Susana são cintilações num espaço descarnado, vivo, que faz da Rampa um lugar expositivo muito particular. Ora absorve como devolve. "A mão que segura e a que se eleva no ar" deriva, também, entre o lá e o cá, uma coisa e a outra. A palavra que se dá e a que se esconde. Esta visita desenhará um lugar de acolhimento, entre as artistas, quem elas convocaram e os seus visitantes. — SÓNIA NEVES (Evander, África do Sul, 1978) vive e trabalha no Porto desde 1996, quando decidiu estudar Pintura na FBAUP. É casada com o artista visual Arlindo Silva. Juntos têm duas filhas, Verónica e Valentina, nascidas no Porto. É doutorada pela Universidade de Vigo graças a uma bolsa da FCT, durante a qual fez uma residência no KUVA, em Helsínquia. Ensina fotografia na Escola das Artes, Católica Porto, e expõe pontualmente.