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03.02.2024 | 16H | RAMPA
Conversa-debate “Memorializar a Escravatura no espaço público português" com Evalina Gomes Dias (Djass – Associação de Afrodescendantes), Marta Lança (BUALA) e Paulo Moreira (INSTITUTO), moderada por Nuno Coelho (curador da exposição).
Uma conversa em torno da memorialização da Escravatura no espaço público português, tendo como ponto de partida o processo de criação do Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas, em Lisboa, uma iniciativa da Djass – Associação de Afrodescendentes. Esta conversa servirá, também, para olhar para os vários lugares que perpetuam a memória do Conde de Ferreira, na cidade do Porto e no resto do país, de forma a indagar como estes poderão ser ressignificados, contribuindo para a promoção de uma visão critica sobre o envolvimento de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas. Será possível, alguma vez, estes lugares virem a ser ressignificados?
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Evalina Gomes Dias (Dakar, 1968) é licenciada em Gestão de Recursos Humanos (ISCSP) e Mestre em Estudos do Desenvolvimento (ISCTE). Ativista pelos Direitos Humanos, Migrantes/Refugiados e requerentes de asilo. Desde 2019 desempenha funções de tutoria na disciplina de Política Social na Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Aberta. É fundadora e presidente da Djass – Associação de Afrodescendentes, criada em 2016, organização onde também atua como gestora de projectos. Em 2017, a associação propôs e foi vencedora de um projeto para a criação de um Memorial de homenagem às pessoas escravizadas em Lisboa, uma iniciativa proposta no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa, e que ainda se encontra em fase de negociação com Câmara Municipal (CML).
Marta Lança (Lisboa, 1976) é formada em Estudos Portugueses, Literatura Comparada e Edição de Texto e doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL. Criou as publicações "V-ludo", "Dá Fala" e, desde 2010, é editora do site BUALA, sobre questões decoloniais e do sul global. Em Luanda lecionou na Universidade Agostinho Neto e colaborou com a I Trienal de Luanda e em Maputo trabalhou no festival de documentário Dockanema. Como programadora organizou, entre outros: "Roça Língua, encontro de escritores lusófonos" (São Tomé e Príncipe, 2011); o ciclo “Paisagens Efémeras”, dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (Lisboa, 2015); “Expats” (com Rita Natálio, FITEI, Porto, 2015); “Vozes do Sul” (Festival Silêncio, Lisboa, 2017); conferência no projeto NAU com o Teatro Experimental do Porto (2018); o ciclo “Para nós, por nós: produção cultural africana e afrodiaspórica em debate” (com Raquel Lima, 2018), “Sou esparsa e a liquidez maciça: gestos de liberdade” (Maat, 2020), “TERRA BATIDA” (com Rita Natálio, 2020), “Bibliotera”, com Filipa César e Marinho Pina (Meia Noite - Anozero Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2022). Coordena o projecto "ReMapping Memories: Lugares de Memória (Pós)coloniais". Traduziu pensadores africanos como Achille Mbembe e Felwine Saar. Faz pesquisa e escrita para cinema e teatro, escreveu no Público e em várias publicações e, atualmente, escreve crónicas na revista Almanaque. É autora de "Infinitas-pessoas-mais-uma" (Tigre de papel, 2019), coautora de "FUTUROS CRIATIVOS Economia e Criatividade em Angola, Moçambique e Timor-Leste" (Acep, 2019) e organizou os livros "Roça Língua" (2015), "Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho" (2018) e "Este corpo que me habita" (2014). Em cinema colaborou em produção, pesquisa e argumento com Margarida Cardoso, Pedro Pinho, Leonor Noivo, Filipa Reis, João Nicolau, Luísa Homem e Tiago Hespanha. Envolve-se em vários projetos de cultura com o Brasil e países africanos de língua portuguesa.
Paulo Moreira (Porto, 1980) é arquiteto e investigador, sediado no Porto. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 2005, tendo estudado também na Accademia di Architettura, Mendrisio (Suiça). Doutorou-se pela London Metropolitan University em 2018, onde concluiu mestrado, com distinção, em 2009. Desde 2011 exerce atividade no estúdio Paulo Moreira Architectures, onde desenvolve projetos de arquitetura e de pesquisa no campo da arquitetura e cruzamentos disciplinares. No campo da prática disciplinar, tem sido premiado pelos projetos de reabilitação, públicos e privados, de escalas e tipologias diversas. No campo académico, investiga práticas espaciais e urbanismo em contextos pós-coloniais, tendo publicado diversos artigos e livros, e lecionado em Portugal e no estrangeiro. Foi co-coordenador do Observatório da Chicala, projeto sediado na Universidade Agostinho Neto (Angola), e é membro de África Habitat, projeto de investigação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. No campo da produção cultural, é fundador do INSTITUTO, espaço cultural no Porto, onde é diretor artístico, e desde 2021 é co-diretor do Arquiteturas Film Festival. Ao longo dos anos, tem tido diversas experiências em contextos de Bienais e Trienais. Participou no Pavilhão de Portugal em duas edições da Exposição Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia (Homeland, 2024; e In Conflict, 2020). Participou na Trienal de Arquitetura de Lisboa (2007 e 2013) e na Trienal de Arquitetura de Oslo (2016 e 2019). Foi vencedor de vários prémios e bolsas, incluindo o Global Energy Award - Angola (2016) pela construção de uma escola em Luanda; Prémios Novos na categoria de Arquitetura (Fundação Calouste Gulbenkian, 2015); Prémio IHRU (2014); Prémio Távora (Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, 2012); Prize for Social Entrepreneurship (London Met, 2009); Noel Hill Travel Award 2009 (American Institute of Architects - UK chapter).
Nuno Coelho (Bruxelas, 1976) é designer, artista e curador, sediado no Porto; professor do Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra, onde leciona nos cursos de licenciatura e mestrado em Design e Multimédia; e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) da mesma universidade. Doutorado em Arte Contemporânea (Univ. Coimbra); Master em Design e Produção Gráfica (Univ. Barcelona); e Licenciado em Design de Comunicação e Arte Gráfica (Univ. Porto). Como designer, desenvolveu trabalhos para diversas entidades em Portugal e no estrangeiro, na sua maioria agentes artísticos e instituições culturais. Como investigador e curador, tem coordenado exposições e programas públicos, tendo interesse em história, cultura material, humanidades digitais e representação e semiótica visuais. Desenvolveu vários projetos autorais, na intersecção entre o design e a arte, sobre dois eixos essenciais: temas sociais e políticos; e temas de identidade e memória, através da exploração da política de produção de imagens e de arquivos de instituições e marcas comerciais históricas portuguesas. É autor de dois livros e editor de outros dois. Os seus trabalhos mais relevantes são: exposições e livros “Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra” (2007-2016); “Uma História de Confiança” (2017); e “5.º Caderno – Ensaio sobre os Arquivos do Rivoli” (2017); exposição “O Rosto da Confiança” (2016); co-curadoria da exposição “Unmapping the World” (2013); co-curadoria do programa “Post-Amnesia: Dismantling Colonial Manifestations” (2021); e co-curadoria do programa e livro “Um Elefante no Palácio de Cristal” (2021-2023). As suas atividades (curadoria de exposições, exposições individuais e coletivas, palestras, conferências e workshops) tiveram lugar na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Etiópia, Finlândia, França, Grécia, Irão, Itália, Japão, Lituânia, México, Moçambique, Palestina, Portugal, Reino Unido, Sérvia e Suécia. http://www.nunocoelho.net/
Entrada livre.
*Evento do programa paralelo da exposição “JOAQUIM – O Conde de Ferreira e seu legado” com curadoria de Nuno Coelho.
**Esta exposição tem o apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra (CEIS20) / Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura. A Rampa é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura e pelo Criatório / Câmara Municipal do Porto.
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03.02.2024 | 4 PM | RAMPA
Talk-debate "Memorialising slavery in the Portuguese public space" with Evalina Gomes Dias (Djass – Association of Afrodescendants), Marta Lança (BUALA), and Paulo Moreira (INSTITUTO), moderated by Nuno Coelho (curator of the exhibition).
A talk around the memorialisation of slavery in the Portuguese public space, taking as its starting point the process of creating the Memorial of Homage to Enslaved People in Lisbon, an initiative of Djass – Association of Afro-descendants. This talk will also serve to look at the various places that perpetuate the memory of the Count of Ferreira, in the city of Porto and in the rest of the country, in order to ask how they can be re-signified, contributing to the promotion of a critical view of Portugal's involvement in the transatlantic slave trade. Is it possible that these places will ever be re-signified?
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Evalina Gomes Dias (Dakar, 1968) has a degree in Human Resources Management (ISCSP) and a Masters in Development Studies (ISCTE). She is an activist for human rights, migrants/refugees, and asylum seekers. Since 2019, she has been tutoring Social Policy in the Social Sciences degree programme at Universidade Aberta. She is the founder and president of Djass – Association of Afrodescendents, created in 2016, an organisation where she also acts as project manager. In 2017, the association proposed and won a project to create a Memorial in honour of enslaved people in Lisbon, an initiative proposed as part of Lisbon's Participatory Budget, which is still being negotiated with the City Council (CML).
Marta Lança (Lisbon, 1976) has a degree in Portuguese Studies, Comparative Literature and Text Editing and is a PhD candidate in Artistic Studies at FCSH-UNL. She created the publications "V-ludo", "Dá Fala" and, since 2010, has been editor of the website BUALA, on decolonial issues and the global south. In Luanda, she taught at the Agostinho Neto University and collaborated with the 1st Luanda Triennale. In Maputo, she worked on the Dockanema documentary festival. As a programmer, she has organised, among others: "Roça Língua, a meeting of Lusophone writers" (São Tomé and Príncipe, 2011); the cycle "Paisagens Efémeras", dedicated to Ruy Duarte de Carvalho (Lisbon, 2015); "Expats" (with Rita Natálio, FITEI, Porto, 2015); "Vozes do Sul" (Silêncio Festival, Lisbon, 2017); a conference in the NAU project with Teatro Experimental do Porto (2018); the cycle "Para nós, por nós: African and Afro-diasporic cultural production in debate" (with Raquel Lima, 2018), "Sou esparsa e a liquidez maciça: gestos de liberdade" (Maat, 2020), "TERRA BATIDA" (with Rita Natálio, 2020), "Bibliotera", with Filipa César and Marinho Pina (Meia Noite – Anozero Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2022). She coordinates the project "ReMapping Memories: (Post)colonial Places of Memory". She has translated African thinkers such as Achille Mbembe and Felwine Saar. She researches and writes for cinema and theatre, has written for Público and various publications and currently writes chronicles for Almanaque magazine. She is the author of "Infinitas-pessoas-mais-uma" (Tigre de papel, 2019), co-author of "FUTUROS CRIATIVOS Economia e Criatividade em Angola, Moçambique e Timor-Leste" (Acep, 2019), and organised the books "Roça Língua" (2015), "Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho" (2018) and "Este corpo que me habita" (2014). In cinema, she has collaborated in production, research, and screenwriting with Margarida Cardoso, Pedro Pinho, Leonor Noivo, Filipa Reis, João Nicolau, Luísa Homem, and Tiago Hespanha. She is involved in various cultural projects with Brazil and Portuguese-speaking African countries.
Paulo Moreira (Porto, 1980) is an architect and researcher based in Porto. He graduated from the Faculty of Architecture of the University of Porto in 2005, having also studied at the Accademia di Architettura, Mendrisio (Switzerland). He received his doctorate from London Metropolitan University in 2018, where he completed his master's degree, with distinction, in 2009. Since 2011 he has worked at Paulo Moreira Architectures, where he develops architectural and research projects in the field of architecture and disciplinary crossings. In the field of disciplinary practice, he has won awards for public and private rehabilitation projects of various scales and typologies. In the academic field, he researches spatial practices and urbanism in post-colonial contexts, having published several articles and books, and taught in Portugal and abroad. He was co-coordinator of the Chicala Observatory, a project based at the Agostinho Neto University (Angola), and is a member of Africa Habitat, a research project at the Faculty of Architecture of the University of Lisbon. In the field of cultural production, he is the founder of INSTITUTO, a cultural space in Porto, where he is artistic director, and since 2021 he has been co-director of the Arquiteturas Film Festival. Over the years, he has had various experiences in Biennial and Triennial contexts. He took part in the Portuguese Pavilion in two editions of the International Architecture Exhibition, La Biennale di Venezia (Homeland, 2024; and In Conflict, 2020). He took part in the Lisbon Architecture Triennale (2007 and 2013) and the Oslo Architecture Triennale (2016 and 2019). He has won several awards and grants, including the Global Energy Award – Angola (2016) for the construction of a school in Luanda; New Awards in the Architecture category (Calouste Gulbenkian Foundation, 2015); IHRU Award (2014); Távora Award (Northern Regional Section of the Portuguese Architects Association, 2012); Prize for Social Entrepreneurship (London Met, 2009); Noel Hill Travel Award 2009 (American Institute of Architects – UK chapter).
Nuno Coelho (Brussels, 1976) is a designer, artist, and curator, based in Porto; a professor at the Department of Architecture (DARQ) of the University of Coimbra, where he teaches on the undergraduate and master's degree courses in Design and Multimedia; and a researcher at the Centre for Interdisciplinary Studies (CEIS20) of the same university. He holds a PhD in Contemporary Art (Univ. Coimbra); a Master's in Graphic Design and Production (Univ. Barcelona); and a degree in Communication Design and Graphic Art (Univ. Porto). As a designer, he has worked for various entities in Portugal and abroad, mostly artistic agents and cultural institutions. As a researcher and curator, he has coordinated exhibitions and public programmes, with an interest in history, material culture, digital humanities, and visual representation and semiotics. He has developed several self-initiated projects, at the intersection of design and art, on two essential axes: social and political themes; and topics related to identity and memory by exploring the politics of image-making and the archives of historic Portuguese trademarks and institutions. He is the author of two books and editor of two others. His most important projetcs are: exhibitions and books "A Land Without People for People Without Land" (2007-2016); "Uma História de Confiança" (2017); and "5th Notebook – Essay on the archives of Rivoli" (2017); exhibition "O Rosto da Confiança" (2016); co-curator of the exhibition "Unmapping the World" (2013); co-curator of the programme "Post-Amnesia: Dismantling Colonial Manifestations" (2021); and co-curator of the programme and book "An Elephant in the Crystal Palace" (2021-2023). His activities (curating exhibitions, solo and group exhibitions, talks, conferences, and workshops) have taken place in Argentina, Australia, Austria, Belgium, Brazil, Canada, Cape Verde, Chile, Colombia, Ecuador, Ethiopia, Finland, France, Germany, Greece, Iran, Italy, Japan, Lithuania, Mexico, Mozambique, Palestine, Portugal, Serbia, South Africa, Spain, Sweden, and the United Kingdom. http://www.nunocoelho.net/
Free entry
*An event of the parallel programme of the exhibition “JOAQUIM – The Count of Ferreira and his legacy”, curated by Nuno Coelho.
**This exhibition is supported by Centre for Interdisciplinary Studies of the University of Coimbra (CEIS20) / Foundation for Science and Technology (FCT) and by Direção-Geral das Artes/ Ministério da Cultura. Rampa is funded by Direção-Geral das Artes/ Ministério da Cultura and Criatório / Porto City Council.