Todas as Fotografias do Ford de Adriana Molder Inauguração: 03/03/2018 – 17h-20h Até: 29/04/2018 A literatura e o cinema têm sido uma constante fonte de inspiração para o trabalho de Adriana Molder. Partindo de contos ou romances e usando como modelos imagens pré-existentes, na sua maioria do cinema, mas também da história da arte ou dos media, Molder tem desenvolvido um corpo de trabalho de desenho e pintura, focado essencialmente no retrato, onde predominam os ambientes sombrios fantasmagóricos e cinematográficos. Para a exposição na Travessa da Ermida, Adriana Molder apresenta novos trabalhos de vídeo e pintura. Todas as Fotografias do Ford é o título do vídeo, que é uma resposta à natureza agitada e inquietante dum livro sobre os filmes do realizador John Ford. Todas as Fotografias do Ford é isso mesmo, são todas as fotografias do livro John Ford lançadas umas sobre as outras na direcção do espectador, como se de cartas se tratasse. No decorrer das quatro sequências que compõem o vídeo, as fotografias lançadas, ao caírem umas sobre as outras, vão criando inúmeras composições e narrativas entre rostos, paisagens, acções e grupos. Este movimento continuo que, a pouco e pouco se torna hipnótico, provoca a curiosidade de surpreender o modo como o aparecimento de uma imagem transforma todas as outras já presentes. Mesmo quando se trata de imagens e personagens icónicas, Todas as Fotografias do Ford mostram como é possível atribuir às imagens novos sentidos e até perdê-las, no meio dum falso caos de imagens, para a abstracção. Acompanham o vídeo, duas pinturas de grandes dimensões, Red Hands [Mãos Vermelhas] e Green Hand [Mão Verde], construídas a partir de imagens do livro que o inspirou. Estas pinturas concentram-se na observação da artista, mas também na do espectador, sobre olhares, jogos formais entre rostos, cores e movimentos. Em Red Hands umas mãos vermelhas, as da artista, seguram uma sequência de imagens de rostos quase todos cortados de maneira a evidenciar os olhares. Em Green Hand, é também a mão da artista, desta vez a verde, que segura um conjunto de imagens, onde actos de acusação, insolência, força, fé ou amor podem ser reconhecidos através das mãos de diferentes personagens. Sobre Adriana Molder Adriana Molder nasceu em Lisboa em 1975. Vive e trabalha em Berlim e em Lisboa. Em 2003 recebeu o prémio revelação CELPA/Vieira da Silva e em 2007 o Herbert Zapp Preis für Junge Kunst (prémio jovem artista). Foi artista residente do programa internacional da Künstlerhaus Bethanien, em Berlim, 2006/2007. Expõe regularmente desde 2002, entre as exposições individuais destacam-se: Todas as Fotografias do Ford, Projecto Travessa da Ermida, Lisbon (2018),Jardimdossos, Carpe Diem, Lisboa (2016), Old Red Tin Box, Donopoulos IFA, Thessaloniki (2015), The Light in the Heart, Art Plural Gallery, Singapura (2014), Banho de Sangue, MACE, Elvas (2013), A Dama Pé-de-Cabra- Paula Rego e Adriana Molder, Casa da Histórias, Cascais (2012), En la Casa del León, Galería Oliva Arauna, Madrid (2011), Winter Was Hard, Beck & Eggeling new quarters, Düsseldorf, Bones in a Box, Bartha & Senarclens, Singapura (2010), V, Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, Lisboa (2008), Der Traumdeuter, Künstlerhaus Bethanien, Berlim, A Madrugada de Wilhelm e Leopoldine, Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2007). Hôtel, Frühsorge - Galerie für Zeichnung, Berlim (2006), Câmara de Gelo, Sintra Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo, Sintra (2002). O seu trabalho está representado em várias colecções públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro, tais como: Colecção Berardo, Coleccção António Cachola, Fundação EDP, Fundació Sorigue ou Kupferstichkabinett-Staatliche Museen zu Berlin Todas as Fotografias do Ford [All of Ford’s Photographs] by Adriana Molder Literature and film have been a constant source of inspiration for the work of Adriana Molder. Taking short stories or novels as her starting-points and using pre-existing images, mostly from the cinema, but also from art history or the media, as her models, Molder has developed a body of work in drawing and painting that largely consists of portraits where dark atmospheres, phantasmal and cinematic, predominate. Her exhibition at Travessa da Ermida features new paintings and a video piece. All of Ford’s Photographs is the title of the video, a response to the restless and disquieting quality of a book on director John Ford’s films. All of Ford’s Photographs is just that: in it, all the photos in the John Ford book are being thrown over one another towards the viewer, like playing cards. During the four sequences that make up the video, the photographs, as they fall on top of the others, generate countless compositions and narratives out of faces, landscapes, actions and groups. This continuous movement, which slowly becomes hypnotic, inspires the viewer to try to understand in what manner the manifestation of an image transforms all the previous ones. Even when dealing with iconic images and characters, All of Ford’s Photographs shows how it is possible to give new meanings to images, and even lose them into abstraction, amidst a false chaos of images. The video piece is accompanied by two large format paintings, Red Hands and Green Hand, which Molder created out of pictures in the Ford book. These paintings focus on the artist’s (but also the viewer’s) observation of gazes, formal interactions between faces, colours and movements. In Red Hands, the titular hands, which are also the hands of the artist, hold up a sequence of pictures of faces, nearly all of them cut in such a way as to highlight their gazes. In Green Hand, the artist’s hand, now in green, holds up a set of images in which accusation, insolence, strength, faith or love are conveyed through the hands of various characters. About Adriana Molder Adriana Molder was born in Lisbon in 1975. She lives and works in Berlin and in Lisbon. In 2003 she was awarded the CELPA/Vieira da Silva revelation prize and in 2007 the Herbert Zapp Preis Für Junge Kunst. She was a resident at the International Studio Program of the Künstlerhaus Bethanien in Berlin, 2006-2007. Adriana Molder has been exhibiting regularly since 2002, here is a selection of her solo exhibitions: All of Ford’s Photographs, Projecto Travessa da Ermida, Lisbon (2018), Jardimdossos, Carpe Diem, Lisbon (2016), Old Red Tin Box, Donopoulos IFA, Thessaloniki (2015), The Light in the Heart, Art Plural Gallery, Singapore (2014), Banho de Sangue, MACE, Elvas (2013), A Dama Pé-de-Cabra- Paula Rego and Adriana Molder, Casa da Histórias, Cascais (2012), En la Casa del León, Galería Oliva Arauna, Madrid (2011), Winter Was Hard, Beck & Eggeling new quarters, Düsseldorf, Bones in a Box, Bartha & Senarclens, Singapore (2010), V, Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation, Lisbon (2008), Der Traumdeuter, Künstlerhaus Bethanien, Berlin, A Madrugada de Wilhelm e Leopoldine, Carmona e Costa Foundation, Lisbon (2007). Hôtel, Frühsorge - Galerie für Zeichnung, Berlin (2006), Câmara de Gelo, Sintra Museum of Modern Art - Berardo Collection, Sintra (2002). Her work is represented in several public and private collections, in Portugal and abroad, such as: Berardo Collection, António Cachola Collection, EDP Foundation, Fundació Sorigue or Kupferstichkabinett-Staatliche Museen zu Berlin.