Os desenhos que João Jacinto apresenta em Limpar a Seco revelam, segundo Ana Rito, a sua natureza enquanto imagem-sensação. Ana Rito refere que, diante de um desenho de João Jacinto, a figura não é um espectro/visão que assombre uma qualquer esfera imaginária, mas a verificação de uma “pura presença” (sensação, vida). Um certo excedente do visível (que conduz a uma espécie de amnésia) fixa-se na tela, ou na folha de papel, mesmo antes do pintor começar a agir, cimentado em clichés ou imagens já feitas que, na produção das formas do visível, atravancam a passagem das forças diretoras da sensação. Sob a aparência de cada cliché (ou imagem feita), como que fantasmaticamente justaposta, insiste uma sensação que batalha por emergir, uma força invisível em estado de tensão. Na imagem-sensação, a existir parecença entre o representante e o representado, será sempre uma parecença imprevista, com origem, não no ardil mimético, mas na força, na autonomização da imagem em si.
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