Luisa Cunha, uma das mais prestigiadas artistas contemporâneas portuguesas, apresenta a exposição ODD no espaço Lumiar Cité. A artista é conhecida pelas instalações com som e texto, nas quais fragmentos de frases resumidos, contidos e subtilmente articulados sugerem uma abordagem analítica, por vezes absurda, se não mesmo humorística, dos contextos em que as suas obras são apresentadas. Para o Lumiar Cité, a artista cria outros contextos para dois trabalhos da sua extensa obra, bem como novas leituras possíveis que derivam das desafiantes condições físicas do espaço expositivo. Deste modo, Cunha ativa habilmente o espaço e a sua integração urbana no bairro da Alta de Lisboa, enquanto a natureza específica do espaço expositivo, identificada pela artista, confere às suas obras um significado especial. Uma nova instalação sonora produzida para a exposição foca o próprio ato de receção da arte. O que se ouve parece competir com o que se vê, chamando a atenção para um objeto físico através do qual o aspeto imaterial se torna inseparável da sua manifestação material. A sua obra conduz-nos de volta a si própria. Entre as perspetivas possíveis de abordagem do trabalho Luisa Cunha, é a autorreferencialidade “silenciosa” que permite ao visitante contemplar as circunstâncias necessárias para a arte poder existir. Luisa Cunha (Lisboa, 1949) vive e trabalha em Lisboa. É licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e concluiu o Curso Avançado de Escultura no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual. Expõe desde 1994, destacando-se os seguintes espaços e eventos: Atelier – Museu Júlio Pomar, Bienal de São Paulo, Biennale of Sydney, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Casa da Música, Culturgest, Fidelidade Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundación "la Caixa", Galeria Municipal do Porto, LisboaPhoto 2005, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Museu Nacional de Arte Antiga, Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva, Museu de Serralves, para além de diversos espaços independentes. Em 2021, foi vencedora do Grande Prémio Fundação EDP Arte e, em 2022, foi-lhe atribuído o Prémio AICA/MC/Millennium BCP de Artes Visuais. Mais informações em https://maumaus.org/