EU SÓ CONSIGO ACREDITAR NUM DEUS QUE SAIBA DANÇAR ( um elogio a NIETZSCHE) Início do Laboratório: 2 de Novembro Realizar-se-á todas as segundas-feiras: 19h30/22h30 vagas limitadas Depois da catástrofe resta reinventar o mundo. É urgente desejar inventar novos valores. Num tempo em que dançar ganha a qualidade de um gesto criminoso, em que o obscuro de discursos medíocres parece invadir as paisagens é urgente reinventar o lugar livre do corpo enquanto lugar privilegiado do discurso filosófico, poético, político e erótico. O corpo como matéria primeira de identidade, lugar do toque, da mobilidade, de contemplação, lugar onde se encontra inscrito o impronunciável, o corpo- amante autenticamente fragmento de Amor, paisagem mítica que se encontra para além do Bem e do Mal. Para esta sexta edição do Laboratório de Composição Teatral decidi escolher um livro: ASSIM FALAVA ZARATRUSTA de Nietzsche, um transgressor poema-filosófico, uma profecia coreográfica de deuses bailarinos, em que se encontra possíveis caminhos para uma destruição criadora, um livro que associo ao amor, à potência do corpo e das paixões, uma lucidez em ruína, uma possível forma de loucura divinizada, visões, gestos, alucinações, paisagens, a transgressão da dança, a filosofia como pulsação poética, os túmulos da juventude, o velório de Deus, o existir para além da moral, a identidade, a ruptura do pensamento, as profecias, a necessidade do movimento de criação e frases que ecoam muitas vezes nos meus processo de criação: ESTA NOITE FICAREI CONTIGO OU VOU DEIXAR DE SER QUEM SOU, CRIAR É DESTRUIR, QUALQUER GRANDE AMOR NÃO QUER O AMOR QUER MUITO MAIS, UM DIA PERDIDO É AQUELE EM QUE NÃO SE DANÇA. ASSIM FALAVA ZARATRUSTA é um livro- manifesto, um livro infinito e em colapso. Depois da catástrofe resta reinventar o mundo, resta elogiar novamente a potência do corpo, acreditar no espaço de pesquisa artística como um movimento absolutamente necessário para a pulsação do mundo. O processo de trabalho do laboratório de composição teatral tem, mais uma vez, como protagonista o corpo. Através de um conjunto de pressupostos de características multidisciplinares e de um treino físico exigente e intenso, pretende-se que os participantes desenvolvam capacidades para produzir material através da sua identidade. Procura-se diferentes discursos organizados por uma gramática comum. Este ano o Laboratório de Composição Teatral VI EU SÓ CONSIGO ACREDITAR NUM DEUS QUE SAIBA DANÇAR irá, para além de um espectáculo, originar um filme. Data limite de inscrições 30 de Outubro Enviar email para: tiagovieira.prod@gmail.com