"Mulheres negras contando suas histórias. Revendo a história. Em países diferentes, surgem filmes diferentes. Caminhos percorridos com carinho, contados por mulheres negras e através do cinema. O que pode haver em comum entre produções audiovisuais oriundas de países distintos? De imediato, o que há é o fato de que as autoras dos trabalhos que serão exibidos estão ligadas - vidas, obras, processos e/ou autorias - ao continente africano e suas diásporas. Sendo este, portanto, o elemento fundador deste encontro, movido pelo debate que confere ao cinema um espaço poderoso de intervenção e luta, diante da sua capacidade de (re)construção imagética das nossas memórias coletivas. Por isso, para este ciclo de cinema + performance + debate, a Nêga Filmes propõe a exibição de um conjunto de filmes, seguida da Performance "A Terra Tremeu Dentro de Mim e Eu fiquei sem Casa" (Maíra Zenun, 4’59’’) + DEBATE. - Yellow Fever - Ng ́endo Mukii (Quênia). Experimental. 6’49’’. Em 8/12, às 17h, YELLOW FEVER de Ng'endo Mukii será exibido no espaço A GRALHA como parte das exibições do evento CINEMA E ATIVISMO. Falando sobre YELLOW FEVER, Mukii diz: Estou interessada no conceito de pele e de raça, e no que eles implicam; nas ideias e teorias semeadas em nossa carne que mudam com o passar do tempo. A ideia de beleza tornou-se globalizada, criando aspirações homogêneas e distorcendo a auto-imagem das pessoas em todo o planeta. No meu filme, concentro-me na auto-imagem das mulheres africanas, através de memórias e entrevistas; usando mídia mista para descrever essa auto-visualização quase esquizofrênica com a qual eu e muitos outros crescemos. Ng'endo Mukii é uma artista e animadora queniana, saiba mais sobre seu trabalho aqui: https://www.facebook.com/NgendoMukii/ - Unearthing. In Conversation - On Listening and Caring - Belinda Kazeem-Kaminski (Nigéria). Experimental. 13’. - (Filme por confirmar) Nikissi Serumaga-Jamo (Uganda). Doc. - FotogrÁfrica - Tila Chitunda (Brasil), Doc. 25'42" - Amanhã será diferente - Pocas Pascoal (Angola). Ficção. 10'26" Após a conversa sobre o projeto, teremos a apresentação da cantora Amannda Mattos (concerto afrobrasileiro) Sobre: Nascida em Morro do Chapéu (BA-BR), cidade localizada na Chapada Diamantina, a cantora Amannda Mattos traz na veia a musicalidade do Recôncavo baiano – principalmente do samba – e dos ritmos de matriz africana, como a umbanda, o ijexá e o afoxé. Sua ancestralidade, a quem reverencia a todo momento, se faz presente no seu cantar. Entre suas influências estão também os filhos ilustres de Santo Amaro, Caetano Veloso e Maria Bethânia; Os Tincoãs; Roberto Mendes, Gal Costa, Gilberto Gil, Dominguinhos entre outros artistas afrobrasileiros e nordestinos. ---------------------------------------------------------------------------------------- NEGA FILMES / Somos mulheres negras imigrantes, oriundas das Américas, fazendo e pensando arte. Sempre a partir da perspectiva de termos/sermos um corpo negro no mundo. Corpo esterritorializado, mas ao mesmo tempo absurdamente localizado e marcado. Desde 2015, temos nos reunido com diferentes pessoas e coletivos, na criação, participação e execução de alguns projetos/processos criativos. Já estivemos juntas de pessoas do Brasil, Kênia, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Gana, Tunísia, Burkina Faso, Chile, Portugal, França, Ilhas Canárias e Alemanha; para falar com/sobre/para esses nossos corpos. O nosso olhar sobre o mundo parte da perspectiva desses nossos corpos negros, corpos-vivos e poéticos. Acreditamos que as artes transformam realidades, sentimentos, afetos, estigmas, vivências...! Mas, não só. Cremos também que as artes ensinam, apresentam... elas sugerem. Elas enquadram e desfocam. Modificam e transformam. As artes são a vida em movimento.