21:30 até às 23:45
Em Novembro o Clube de Cinema é a preto e branco

Em Novembro o Clube de Cinema é a preto e branco

1€
Apesar do advento da cor, em 1933, o cinema nunca abandonou definitivamente o preto e branco, até porque este permite uma exploração dramática e atmosférica que os filmes a cores não deixam. Ao longo das décadas foram vários os exemplos de grandes filmes a preto e branco, que não procuram simplesmente resgatar das garras do tempo um tipo de cinema nostálgico.

Em Novembro, com a chuva de volta (esperamos!) e o frio para ficar, reunem-se as condições perfeitas para um ciclo dedicado ao cinema a preto e branco no Clube de Cinema de Setúbal. Todas as quintas-feira, na Casa da Cultura, as sessões arrancam às 21h30 e os bilhetes têm o preço simbólico de 1 euro.

..::PROGRAMA::..
Dia 9 - A Pantera (Cat People), de Jacques Tourneur (1947) - 73m.
O realizador Jacques Tourneur sempre soube tirar o melhor partido do preto e branco dos seus filmes, vendo-o não como uma limitação, mas como uma oportunidade. Tal como o film noir, em que o preto e branco servia para ilustrar a moralidade duvidosa dos personagens, o cinema de Tourneur utiliza as sombras e as trevas para jogos de luz que tanto servem para esconder quanto para revelar. "A Pantera" é um dos seus clássicos intemporais - a história de um homem que se apaixona por uma estrangeira misteriosa, amaldiçoada por uma terrível lenda milenar.  

Dia 16 - Zelig, de Woody Allen (1983) - 79m.
O preto e branco de Woody Allen em "Zelig" serve para uniformizar as várias realidades temporais de um homem - o Zelig do título - que se recusa a envelhecer. Não só não envelhece, como ainda adquire as características físicas de quem está junto de si. Este homem-camaleão atravessa as várias Américas do século XX, servindo assim para tirar um retrato social da evolução de um país. "Zelig" é um dos mais inventivos filmes de Allen, numa espécie de "Forrest Gump" em versão mockumentário, que volta a utilizar o preto e branco depois de "Manhattan", outra das obras-primas do realizador nova-iorquino.

Dia 23 - Europa, de Lars Von Trier (1991) - 114m.
Antes de apresentar o seu manifesto do Dogma 95, que preconizava um cinema mais puro sem o recurso de luz artificial ou outros artifícios, Lars Von Trier deixava o mundo do cinema siderado com o seu "Europa". Tão siderado que, depois de não ter vencido a Palma de Ouro em Cannes nesse ano, o realizador dinamarquês mostrou o dedo do meio a todos os presentes em protesto. O filme, que mistura o preto e branco com alguns assomos de cor e outras opções mais experimentais (imagens projectadas, um narrador que fala como um hipnotista, etc.), é um eco do romance homónimo de Kafka e uma espécie de surrealismo tardio, com uma metáfora política entre linhas. 

Dia 30 - O Barbeiro (The Man Who Wasn't There), de Joel Coen (2001) - 114m.
Os irmãos Coen sempre tiveram predilecção pelo cinema clássico de Hollywood. Depois de se terem estreado com um neo-noir, "Sangue por Sangue", Joel e Ethan Coen prestavam a sua homenagem ao film noir mais clássico em "O Barbeiro". O filme, que apresentava uma jovem Scarlett Johanson, é uma história de gangsters sem gangsters, sobre um barbeiro com um plano para se vingar da mulher adúltera que sai fora de controlo.
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