Cooperativa Comunicação Cultura
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Vasco Barata tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho intimamente ligado ao que habitualmente designamos por imagem. A especificidade desta prática define-se, num campo tão largado e contraditório como o da própria definição do seu sujeito, pela constante procura de imagens e, mais especificamente, na arte contemporânea, por uma forma de relação ou diálogo entre iguais: imagem e indivíduo. Desde a antiga Grécia até aos dias de hoje o fenómeno imagético tem-se constituído como um campo fértil de especulações e problematização. Como lidar com um “sonho acordado”? Um “dejá vu”? Uma aparição? Um anúncio publicitário? Uma fotografia? Um fantasma? A imaginação? Somos habitantes de um mundo de imagens que nos escapa e, a cada dia, a realidade prova-nos a incapacidade geral para lidarmos com a imagem de uma forma equilibrada (milhões de selfies diárias são um sintoma agudo da relação intensa, e certamente desigual, que mantemos com essa singularidade). Para nos movermos entre imagens ser-nos-á sempre exigido um léxico particular. A técnica e tecnologia foram certamente um avanço: “exposição”, “profundidade de campo”, “revelação”, “aberração cromática”, são apenas alguns exemplos de conceitos que operam a uma distância próxima da imagem. Antes destes, outros foram também utilizados com a função de nos guiar … “Fantasma”, “sonho”, “espelho”, “espectro” são palavras pré-tecnologia, que transportam um modo de conhecimento e relação particular com as imagens e que, caíndo em desuso, se perderá com elas o conhecimento específico que contêm. Não será, por isso, coincidência a pequena publicação produzida e editada pela CCCTV no âmbito desta exposição que, como um pequeno guia ou manual de instruções, nos apresenta uma multiplicidade de textos ou palavras particulares em torno de duas ideias – Fantasmas e Simetria – acompanhados pelas imagens expostas na galeria. No âmbito desta exposição, Vasco Barata recorre a algumas destas nomeações como forma de as (re)activar/ relembrar, bem como às suas capacidades específicas de entendimento e relação com as imagens. Em Double Exposure Halo encontramo-nos, portanto, na presença de imagens que convocam palavras, que convocam modos de ver particulares. [PT] VASCO BARATA (Lisboa, 1974) vive e trabalha em Lisboa. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, com estudos paralelos em Fotografia e pós-graduado em Desenho, pela mesma Faculdade. Frequentou em 2006 o Curso de Artes Visuais do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (Fundação Calouste Gulbenkian/ Ar.Co). Frequenta actualmente o Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes – Universidade de Coimbra. Desde finais dos anos 90, Vasco Barata tem vindo a apresentar o seu trabalho sob diversas formas, alternando sobretudo entre uma investigação aturada no domínio da construção e percepção da imagem (através do recurso à prática da fotografia e do vídeo) e uma tentativa de compreensão dos mecanismos da expressão aliados à prática diária do desenho. Articula, nas suas obras, um interesse particular pelo cinema e pelas estratégias cinematográficas, pelos códigos da linguagem e por um vasto leque de referentes da cultura popular. Das últimas exposições individuais destacam-se: “Spooky Action at a Distance”, Fonseca Macedo Arte Contemporânea (Ponta Delgada, Açores, 2016); “Um Peso Fantasma”, com curadoria de Albano da Silva Pereira, CAV – Centro de Artes Visuais (Coimbra, 2014) e “Les Apaches”, Appleton Square (Lisboa, 2013). [EN] VASCO BARATA (b.1974, Lisbon, Portugal) lives and works in Lisbon. He holds a Bachelor’s degree in Painting from the Fine Arts Faculty of the University of Lisbon, with parallel studies in Photography and a post graduation in Drawing, by the same University. In 2006 he attended the Visual Arts Course of the Gulbenkian Program Creativity and Artistic Creation (Foundation Calouste Gulbenkian / Ar.Co). He currently attends a PhD in Contemporary Art at the College of the Arts – University of Coimbra. Since the late 1990s, Vasco Barata has been presenting his work in a variety of ways, alternating mainly between careful research in the field of construction and image perception (through the use of photography and video) and an attempt to understand the expression mechanisms related to the daily practice of drawing. He articulates, in his works, a particular interest in cinema and cinematographic strategies, in the codes of language and in a wide range of references of popular culture. From his most recent exhibitions, the following stand out: "Spooky Action at a Distance", Fonseca Macedo Contemporary Art (Ponta Delgada, Azores, 2016); "Um peso fantasma", curated by Albano da Silva Pereira, CAV – Centro de Artes Visuais (Coimbra, 2014) and "Les Apaches", Appleton Square (Lisbon, 2013).
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