Insurgências do Agora Causas, estratégias e tácticas nos recentes levantamentos populares pelo mundo As causas são várias e mais ou menos semelhantes: em França, faz quase um ano, a razão imediata foi o aumento do preço dos combustíveis; em Hong Kong, há seis meses, a aprovação de uma lei de extradição para a China que punha em causa a autonomia e as liberdades civis nesse território; mais recentemente, no Chile, foi o aumento do preço dos bilhetes de metro; no Líbano, a decisão de taxar o WhatsApp e o aumento do imposto sobre a gasolina e o tabaco; no Iraque, escândalos sobre a corrupção generalizada no governo; noutros lugares, como o Equador ou o Sudão, mais do mesmo filão e na Catalunha, o cenário é igual, apesar da especificidade da luta independentista. Perante as imagens das batalhas entre as forças da ordem e os manifestantes, os espectadores de todo o mundo são confrontados com a questão de como julgar estes depoimentos de violência. Em cada um desses países, os confrontos que tiveram lugar entre o estado e os manifestantes sob a forma de repressão estatal e de insurreição, levantam várias problemáticas que se cristalizam na opinião pública em discursos rebatidos sobre violência e pacifismo que importa analisar. A ideia da responsabilidade da violência social remete para a questão da estrutura histórica desta violência, e dos seus motivos: a violência não surgirá e se reproduzirá a partir do próprio estado, e a insurreição não será uma defesa da sociedade contra esse estado? Por sua vez, o uso da violência como estratégia levanta questões de eficácia: será a insurreição capaz de propagar a revolta ou, pelo contrário, irá necessariamente isolá-la? Com o objectivo de conversar sobre o presente ciclo de lutas o RDA organiza um debate no dia 16 de novembro, às 16h, contando com a presença de Sandra Monteiro e Vitor Belanciano.