Museu Gulbenkian - Colecção Moderna
Museu Gulbenkian - Av. de Berna 45A, 1067-001 - Lisboa
CARLOS NOGUEIRA o lugar das coisas De 21 de setembro de 2012 a 6 de janeiro de 2013 CAM - Hall, Sala A e B, Nave e Galeria -1 Curadoria: Catarina Rosendo APRESENTAÇÃO DA EXPOSIÇÃO POR CATARINA ROSENDO E CARLOS NOGUEIRA. VER AQUI A exposição antológica de Carlos Nogueira (Lourenço Marques, 1947) apresenta uma seleção abrangente da sua produção artística, desde o início da sua atividade (1968) até aos dias de hoje, articulando a prática da performance dos primeiros tempos com a escultura de anos mais recentes. Ao mesmo tempo, realça-se a importância do projeto na sua obra, mediante uma seleção de desenhos e fotografias que atestam a relevância e a constância destes processos ao longo do seu percurso. Se nos primeiros anos (ligados à performance) lhe interessava explorar questões associadas à transitoriedade, ao encontro direto com o espectador e à desmontagem do estatuto autoral da obra de arte, nos últimos anos (através da escultura), a sua obra tem procurado a permanência, a construção de sentido por parte do público e a criação de relações com os lugares onde se instala. O seu trabalho é atravessado por algumas preocupações conceptuais tais como a investigação das formas de relação com o outro, o quotidiano e a paisagem, as estratégias de interpelação do espectador e o questionamento dos modos de habitar os espaços. A escultura e os objetos de grandes dimensões têm adquirido protagonismo na obra de Carlos Nogueira ao longo dos últimos vinte anos. Resultam de projetos concretizados para espaços previamente escolhidos e trabalham as condições do lugar e a escala humana. No seu conjunto, procuram materializar formas de perceção dos espaços e da paisagem, e giram em torno de noções complementares como dentro/fora, vertical/horizontal, longe/perto, fundo/superfície, visível/invisível, escuro/brilhante, pesado/leve, permanência/efémero ou dia/noite. A sua aparência arquitetónica integra uma dimensão construtiva que expõe o processo e os meios usados, como o gesto manual da repetição e da sobreposição e os materiais industriais de produção corrente (ferro, vidro, madeira, mosaicos). Cada trabalho é quase sempre constituído por diversos elementos escultóricos, que se articulam ainda com séries de «desenhos», pequenos objetos tridimensionais com estrutura em ferro e madeira, que se elaboram em invisíveis e sucessivas camadas reminiscentes de semelhantes processos mais evidentes nas esculturas. A obra em papel e os pequenos objetos trabalham a dimensão projetiva, a repetição dos gestos, a intenção construtiva, a exploração da escrita e a reutilização de materiais indiferenciados. Preparados para serem instalados na parede, ao nível do olhar, e elaborados com diversos materiais e formas, ambos partilham a desafiante classificação, dada pelo artista, de «desenhos». Evidencia-se a passagem plástica e conceptual do seu interesse pela paisagem e pelos objetos do quotidiano, através de elementos narrativos como o céu, as nuvens, o mar, a terra e o vento, para uma poética da ocupação humana do território, explorada através da casa, do pátio, da varanda, do chão e de outras geometrias associadas ao habitar. O núcleo de desenhos e fotografias que registam performances/instalações, ações de rua e envios pelo correio, revela o interesse pela interpelação direta do espetador, pelo caráter fluido e mutante dos fenómenos naturais (solstícios, tempestades) e por aspetos ligados à cultura popular (brinquedos de madeira, panos bordados). ----- VISITAS Encontros ao Fim da Tarde 28 de setembro e 4 de janeiro (sexta-feira) às 17h00 Visita conduzida pela curadora Catarina Rosendo e pelo artista Domingos com arte 30 de setembro, 21 de outubro, 11 de novembro e 9 de dezembro (domingo) às 12h00 Visita orientada por Carlos Carrilho Uma obra de arte à hora de almoço 19 de outubro (sexta-feira) às 13h15 construção para lugar nenhum Visita orientada por Carlos Carrilho 7 de dezembro (sexta-feira) às 13h15 o mar, a pedra e outros labirintos Visita orientada por Carlos Carrilho
Museu Gulbenkian - Av. de Berna 45A, 1067-001 - Lisboa