15:00 até às 18:00
Parlatório I Apresentação do disco de Américo Rodrigues

Parlatório I Apresentação do disco de Américo Rodrigues

Grátis
PARLATÓRIO
Lançamento do disco de Poesia Sonora de Américo Rodrigues
Apresentação por Nuno Miguel Neves



Seguido de

O QUE PODE A ARTE? ACÇÕES ARTÍSTICAS EM CONTEXTO PRISIONAL. 
Mesa redonda com Américo Rodrigues, Antonio Pedro Andrade Dores, Daniel Maciel e Paulo Lameiro
Moderação Vera Silva

DATA 13 de Janeiro
HORA 15h
PÚBLICO-ALVO Público em geral
LOCAL Salão Brazil
Entrada livre e gratuita


PARLATÓRIO é o novo disco de poesia sonora de Américo Rodrigues, que vai ser apresentado no dia 13 de Janeiro de 2018 no Salão Brazil, em Coimbra, por Nuno Miguel Neves.

"Há um ano entrevistei demoradamente 7 presos para que me contassem a sua história de vida.A ideia inicial era escrever um livro com narrações daquelas mulheres e homens que estavam a cumprir pena numa prisão do interior de Portugal. Registei em vários cadernos o que de mais importante me disseram (depoimentos de grande autenticidade), sublinhando frases e ligando palavras com setas e outras anotações. O que escrevi foi aquilo que considerei ser o essencial do que ouvi. Histórias de roubos,tráficos, burlas, assaltos, dependências, traições, violências, mortes.Vidas.
A partir desse material de base concebi uma peça de poesia sonora que cruza a minha vocalidade (gritos, sussurros, choros, línguas inexistentes, ruídos bucais, cantos de inspiração étnica, estalidos com a língua, terrorismo fonético, etc.) com a leitura dos apontamentos da conversa com aqueles reclusos (leitura branca, interpretação teatral, enganos, hesitações, alteração de velocidade, silêncios, amálgamas, etc.)
O César Prata gravou tudo. O José Neves vai tratar da "dramaturgia do som" com a ajuda do Nuno Veiga, e o Tiago Rodrigues vai encarregar-se do desenho gráfico."

Co-organização Serviço Educativo JACC e Bosq-íman:os


Américo Rodrigues é poeta, actor, encenador e programador cultural. É autor de vasta obra naqueles domínios. No campo da poesia sonora editou os discos “O despertar do funâmbulo”(2000), “Escatologia” (2003), “Trânsito local, trânsito vocal”, com Jorge dos Reis (2004), “Aorta tocante” (2005 ), “Cicatriz:ando” (2011), “Porta-voz” (2014) e, agora, “Parlatório” (2018). Tem apresentado performances de poesia sonora e fonética, e de improvisação vocal, em várias partes do mundo.

Nuno Miguel Neves nasceu em Setúbal. É licenciado em Antropologia, área social e cultural, pela Universidade de Coimbra e tem uma Especialização em Estudos Artísticos pela mesma Universidade. É membro d’A Equi - microcolectivomusculopoetico – que, para além da participação regular no Poetry Slam Coimbra e quase-performances um pouco por toda a parte, publicou, em 2013, a colectânea de textos de reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra, intitulada “Poesia há. Solta!”.
Integra o projecto Vox Media do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura e está a terminar a sua tese que tem como título: "Vox Ex Machina: Poesia Sonora no século XXI". Os seus interesses centram-se sobretudo nas questões da Voz, poesia sonora, ruído e movimentos de vanguarda.

Antonio Pedro Andrade Dores é doutorado em Sociologia e docente do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Investigador do Observatório Europeu das Prisões. Autor de vários livros e artigos científicos sobre prisões, justiça, teoria social e estudos da face.
Organizador dos livros Prisões na Europa – um debate que apenas começa e Ciências de Emergência. Co-autor com António Alte Pinho de Vozes contra o silêncio – movimentos sociais nas prisões portuguesas, e com José Preto de Segredos das Prisões. Autor da trilogia Espírito de Proibir (ensaio), Espírito de Submissão (monografia), Espírito Marginal (estudos de caso). Prepara publicação de Sociologia da Violência. Ex-animador da Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED: http://iscte.pt/~apad/ACED).

Daniel Maciel  é doutorando em Antropologia na FCSH-UNL. Nos últimos anos, tem vindo a investigar a dinamização de atividades culturais e recreativas em prisões do norte de Portugal, com especial atenção nos projetos artísticos desenvolvidos por, ou com, reclusos e reclusas. É Colaborador no CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia) e membro da AO NORTE, com a qual desenvolve o projeto Cinema Dentro em colaboração com o Estabelecimento Prisional de Viana do Castelo.

Paulo Lameiro realizou os primeiros estudos de música na Filarmónica da sua aldeia natal – Pousos. Seguiu a formação no Curso Superior de Canto do Conservatório Nacional, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, na Licenciatura em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa e na Pós-graduação em Etnomusicologia pela UNL. 
Integrou o Coro de Câmara de Lisboa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e cantou a solo com os Segréis de Lisboa, com as orquestras Sinfónica Juvenil, Regie Sinfonia, Swedisch National Orcherstra, D. Fernando, Conservatório Nacional, Orquestra de Câmara de Braga e Colegium Musicum, com os maestros Cristopher Bockman, Fernando Eldoro, Manuel Ivo Cruz, Hakan Sund, Mark Fitzgerald, António Baptista, entre outros.
Em 1991 estreou-se como solista no Teatro Nacional de São Carlos, na Ópera Rinaldo de Haendel, numa produção com Teresa Berganza e Pier Luigi Pizzi.
Foi o mais novo Vice-Presidente da Escola de Música do Conservatório Nacional, tendo sido fundador da Escola de Artes SAMP e Director Pedagógico da Escola de Música do Orfeão de Leiria.
Foi, de 1996 a 2000, Director Artístico dos Cursos Nacionais de Regentes de Bandas do INATEL e formador deste instituto.
Integrou a Direcção e o Conselho Científico do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa de que foi fundador;
É autor de vários projectos de formação e produção musical para recém-nascidos, destacando-se “Berço”, “Músicos de Fraldas” e “Concertos para Bebés”, que tem apresentado um pouco por todo país e Europa;
É autor e coordenador de vários programas de práticas artísticas com e na comunidade, e de âmbito terapêutico, como “Novas Primaveras” para idosos, “Ópera na Prisão” com reclusos, “Allegro Pediátrico” no serviço de pediatria do Hospital de Santo André, “Caixinha das Artes” com bebés com deficiência, “100 limites ao som” com doentes mentais crónicos, e “Consentir o som” para doentes metais agudos.
É Director Artístico da SAMP e da MUSICALMENTE, companhia com quem realiza concertos para bebés desde 1998.
Foi membro da Comissão de Liturgia e Música Sacra da Diocese de Leiria-Fátima, e Maestro Titular da Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima – Coro Infantil do Santuário de Fátima, que fundou.
É convidado regularmente a realizar conferências e a animar concertos por todo o país e tem publicações no âmbito da Etnomusicologia em várias revistas especializadas.
Foi presidente da Assembleia de Freguesia da sua aldeia natal.
É pai do Simão e da Natércia, e tem como passatempo a criação de carpas Koi, para quem gosta de olhar calma e demoradamente.

Vera Silva é Mestre e doutoranda em Antropologia social e cultural com trabalho de investigação feminista sobre as prisões especialmente no contexto português com o projeto de doutoramento: Configurações de género nas prisões femininas: permanências, continuidades e variações. Entre 2015 e 2017 participou como investigadora nos projetos CEINAV (Cultural Encounters in Intervention Against Violence) e Bystanders (developing bystanders' responses to sexual harassment among young people) na FPCEUP. Desde 2001 que participa e co-organiza ações e intervenções feministas em coletivos e organizações tais como: a República das Marias do Loureiro, a UMAR e a Marcha Mundial das Mulheres.
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