Raia, tráfico de edições, é um evento que conjuga a tradicional feira de edição e arte gráfica, em que o público pode contactar e adquirir directamente aos editores e artistas as suas obras, com uma programação que oferece exposições (João Fonte Santa, Raia 70X100, …) projecções vídeo, concertos (Presidente drogado, Urânio, …), bancas de alfarrábio e segunda mão (livros e discos) e outra animação num espaço central e espaçoso. Uma oportunidade para comprar uma serigrafia, um livro de artista, um fanzine ou um disco, ou simplesmente ficar a par do que se passa no mundo da pequena edição de objectos de natureza gráfica e literária. Em Lisboa, durante o fim de semana de 21 e 22 de Outubro, a Raia será o lugar para apresentar e vender edições, alfarrábio, discos e artes gráficas. Paralelamente, haverá programação com lançamentos, leituras, exposições, música e projecção de filmes. Nos Anjos 70. O espaço é amplo. Serve-te. ///////////////////////////////////////// EXPOSIÇÃO RAIA 70X100 Enquanto convenção humana que ultrapassa em muito os rigores da natureza, as fronteiras continuam a marcar a evolução da humanidade. Numa época em que, ultrapassado o optimismo do fim da guerra fria, se aguçam navalhas novamente, o conceito de linha divisória e de repulsa está na ordem do dia. Cerca de 20 artistas gráficos aceitaram o desafio de atacar a folha grande (70 X 100 cm) com ideias de separação e divergência. Ana Maria Biscaia Ana Menezes Ed Gar Bruno Borges Bruno Dias Vieira Cátia Serrão Cláudia Dias Daniel Lima Daniela Lisboa Gomes Débora Figueiredo Doutor Urânio Hugo Henriques Joana Teles Monteiro João Chambel João Concha João Fonte Santa João Maio Pinto José Feitor Luís Alegre Luís França Luís Henriques Luis Manuel Gaspar Mariana Barrote Mariana Malhão Maria João Worm Miguel Carneiro Miguel Pereira Pedro Burgos Ricardo Castro Rita Senra Tiago Albuquerque Tiago Baptista Zepe EDITORES 100 cabeças GUILHOTINA Atelier de Gravura Chili Com Carne Clube do Inferno Clube dos tipos Cronópio Dedo Mau Debout Sur l'Oeuf Douda Correria Edições do Tédio Edições 50kg Edições do Saguão Antígona - Editores Refractários Filipe Felizardo Fanzines E Martelos Galho Hélastre O Panda Gordo Imprensa Canalha It's a Book João Sobral Juan Yusta MMMNNNRRRG Maldoror Mariana Malhão Momo Michael Fikaris Mike goes West MiaSoave não edições OFICINA ARARA Livros de Bordo Letra Livre (representando também Averno, Língua Morta e Fenda) Livraria Linha de Sombra O Gato Mariano O Homem do Saco O Corvo da Bad Associação Oficina do Cego Orfeu Negro Pé de Mosca Pianola Editores Papeleiro Doido Quarto de Jade Serrote Silent Army Silvia Rodrigues Small Press STET Livros & Fotografias Stolen Books Tipo.pt Triciclo URUBU Xavier Almeida Xerefé XYZ Vintage Warehouse MÚSICA 21 e 22 (ao longo do dia) Instituto Fonográfico Tropical O INSTITUTO FONOGRÁFICO TROPICAL é uma colecção crescente de discos de vinil que aflora um contorcionismo musical entre duas vogais, do Semba para o Samba, passando a jusante de uma tranche de Cumbias, Coladeras, Soukous, Funanás e do diabo a quatro em saiotes com palmeiras. Presidente Drógado Dia 21 (21H) O Presidente traz à raia as suas canções de faca e alguidar, recentemente lançadas em disco de vinilo, assim como outras canções urbanas que dão voz aos desafortunados da grande urbe e do subúrbio. Com a sua Banda Suporte! Doutor Urânio Dia 21, 22h Aniversários, casamentos, funerais, manifestações, festivais, bailes, after's... Chungabeat, house circo, bacalao valenciano, tuga tecno, electro chaabi. VIDEO Flims, de Artur Varela (45’12) Na Raia recorda-se a memória de um companheiro, um iconoclasta, um artista para quem a fronteira era o que apetecia pisar.Artur Varela {1937-2017} aprendeu escultura em Lisboa, passou por Paris {Atelier Adam}, estacionou depois durante duas décadas na Holanda e regressa a Lisboa no final da década de 80. Entretanto havia explorado não só a escultura em madeira e metal, mas também a pintura, o desenho, a banda desenhada e o vídeo. Os filmes integrados em Portugal 1973 enquadram-se na exploração do formato super 8 e na postura da observação algo distanciada e cínica dos costumes indígenas. Parte destes filmes foram projectados pela primeira vez em 1973, aquando da exposição de Artur Varela na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa. Muitos anos mais tarde, em 2000, os filmes seriam de novo exibidos no âmbito do projecto Slow Motion, nas Caldas da Rainha, comissariado por Miguel Wandschneider. Portugal 1973, de Artur Varela Marquee Strategies - Mixed Media with HTML Marquee Code,, de Filipe Matos, vídeo loop EXPOSIÇÕES - Catarina Figueiredo Cardoso, Se Isto É Um Livro A raia é fronteira, linha de divisão ou limite. É por isso lugar de risco, de transposição, de desafio. É limiar e é margem. É um espaço de possibilidades. Os livros aqui apresentados aproximam-se dos limites da condição de livro. De serem livros, por permitirem o desempenho da função básica de ver/ler o que está inscrito nas suas superfícies. De não serem livros, por tal função básica não existir, e não passarem de referências a livros. Embora a resposta emocional à palavra "livro" dependa da experiência com esse objecto, todos os formatos de livro permitem o desempenho da função básica ler/ver: o códice, o rolo, o leporello, a tábua, as folhas soltas que transmitam uma organização significativa do seu conteúdo. O tradicional códice, o conjunto de páginas unidas pelo lado esquerdo e soltas do lado direito, permite a visualização sequencial e discreta das inscrições nas duas superfícies das páginas. De um códice numa vitrine, podemos ver a capa ou uma dupla página aberta. Mas outros formatos de livro permitem leituras simultâneas. “Se isto é um livro” é, pois, uma celebração jubilosa do formato do livro, uma demonstração de diversidade, um passeio pela raia. [Nota: O título desta exposição evoca Primo Levi e Se questo è un uomo (1947). Homenagem sentida às vítimas da barbárie nazi.] - João Fonte Santa, SpaceX parte 2 (Évora, 1965. Vive e trabalha em Lisboa.) Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa. Começando por se dedicar à produção gráfica underground em fanzines autoeditados, foi depois orientando progressivamente o seu trabalho para a pintura e o desenho. O trabalho de João Fonte Santa, alicerçado num intenso banco de referências de cultura popular, contemporâneas e eruditas, produz um corpo de trabalho que, sendo visualmente excitante, procura tornar visíveis as relações da mecânica do poder político. Expõe regularmente desde meados dos anos 90. - Lá Fora com os Fofinhos Exposição individual de desenhos e ilustração de Mariana Pita (Nascida em 1990, estudou nas Belas Artes do Porto.) - Rui Silva, Antologia para Mentes Desertas O projecto Antologia Para Mentes Desertas associa, por intermédio de palavras-chave, imagens da biblioteca do congresso americano com textos poéticos seleccionados por 25 «antologiadores». Esta antologia combinatória tira partido da permutação como prática criativa, pensando a edição como um motor narrativo que alia duas bases de dados: computacional e humana. LANÇAMENTOS Nancy in USA, de Filipe Matos (Imprensa Canalha); Filipe Matos (1977) Artista Visual e webdesigner, vive em Lisboa Com um trabalho essencialmente experimental, Filipe Matos diverte-se enquanto brinca com as falhas das superficies e questionando aquilo a que chamamos realidade. O seu trabalho ganhou um fluxo de natureza piroclástica quando aderiu ao Facebook, em 2008. Desde esse momento, passou a fazer um aproveitamento artístico dessa rede social, com a criação e interação de personagens/ avatars e a apropriação de erros da plataforma. Nação Estrambótica, de Manuela Praça e José Largo (Imprensa Migalha); Mariano #2, fanzine de Tiago da Bernarda, inclui entrevistas a Tony Millionaire e Anton Kannemeyer; Mucomorphia #2, de Filipe Felizardo (com entrevista por Marcos Farrajota); Powerplay, de Ana Menezes (Oficina do Cego); Luiz Pacheco Essencial, de António Cândido Franco (Maldoror); Álbum Primo-Abrilesco, de Alphonse Allais (O Homem do Saco); Pequenas estórias I e II, e agora, ainda, Isabel Baraona; Are e Sine, Ema Gaspar (Ed. Ema Gaspar e Isabel Baraona); Portuguese Small Press Yearbook 2017, Catarina Figueiredo; Cardoso (Ed. Catarina Figueiredo Cardoso e Isabel Baraona);