Em nova iniciativa organizada em conjunto com a Cinemateca Portuguesa, AS BODAS DE DEUS é apresentado no dia em que o atelier de tipografia e edições O Homem do Saco estará na Cinemateca, a fazer postais com textos do poeta surrealista Benjamin Péret e cartazes do filme de João César Monteiro num prelo, fazendo demonstrações da técnica de imprimir com caracteres móveis. A 20 de maio, entre as 12h e as 20h, a Linha de Sombra organiza uma “Feira da Primavera” com editores livreiros e distribuidores de edições dvd, palco da demonstração do Homem do Saco. A mitologia surrealista do amor por Benjamin Péret ou André Breton foi evocada por João César Monteiro a propósito da trilogia de Deus: “A minha personagem [João de Deus] é como eles, um homem de provocação. Sinto-me próximo desta família espiritual. Para mim, o surrealismo é o último grande movimento francamente libertador da arte moderna.” 20/05/2017, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA Ciclo Com a Linha de Sombra AS BODAS DE DEUS de João César Monteiro Portugal, 1998 - 150 min | M/16 20/05/2017, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA COM A LINHA DE SOMBRA AS BODAS DE DEUS de João César Monteiro com Rita Durão, João César Monteiro, Joana Azevedo, José Airosa, Manuela de Freitas, Luís Miguel Cintra Portugal, 1998 - 150 min | M/16 É o último filme da trilogia de João de Deus de, e com, João César Monteiro (seguindo-se a RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA e A COMÉDIA DE DEUS). No princípio, quando tudo parece perdido, duas sombras, as de Deus e do Enviado de Deus, encontram-se num parque solitário e uma mala cheia de dinheiro transforma o vadio João de Deus num distinto e milionário Barão… o que não o impede de acabar a cumprir pena na prisão, para onde é atirado por uma mulher que lhe rouba o "rico dinheirinho". E é na cela de prisão que tem lugar uma das mais arrepiantes sequências de AS BODAS, com João de Deus agarrado às grades numa desesperada fruição de Puccini. Outra, magnífica, é a da refeição de cozido no convento com João de Deus e a Madre Bernarda. O fim da comédia é anunciada no fim do filme por Joana, jovem resgatada das águas a quem, na prisão, João de Deus cita Bresson: “Que estranho caminho tive de percorrer para chegar até ti”.