Ballet Contemporâneo do Norte
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Uma peça do Ballet Contemporâneo do Norte Coreografia por Dinis Machado Dançada por Mariana Tengner Barros, Filipe Pereira, Jorge Gonçalves e Susana Otero Desenho de figurinos, iluminação e som: Dinis Machado Fotografia de Cena: Miguel Refresco Registo Vídeo: Diogo Mendes Design Gráfico: Eduardo Ferreira Produção Executiva: Inês Nogueira Co-produção: Temps d'Images Agradecimentos: A22, CMSMF Agradecimento Especial: Sr. Eugénio Campos Residência: Armazém22, Pavilhão da Lavandeira I melted my gender into a skin of stone A bone A physical rhyme A tender mime of a desire of mine In a Manner of Speaking é um poema, não como devaneio lírico, mas como lugar onde a escrita coreográfica se sedimenta na sua própria dimensão lúdica. Começou com um convite do Ballet Contemporâneo do Norte para revisitar a minha primeira peça de grupo Parole, Parole, Parole... (2010). Sem qualquer nostalgia formal, sobraram desta reponderação um micro-universo em contínua reformulação e o investimento na função fática de uma linguagem coreográfica que abandona a sua dependência de qualquer ideia de conteúdo, desenvolvendo-se como exercício proto-político de presença (colectiva), não minimal ou essencialista, mas hiperficcional. In a Manner of Speaking é assim uma autoficção estrutural sobre uma companhia de dança. Um exercício hiperformal de um virtuosismo inventado a partir de fragmentos e técnicas de uma história da dança propositadamente lacónica, apropriada e inventada. Uma especulação subjectiva, um olhar deformado e calcificado por uma prática convicta. Um manifesto anti-essencialista onde ficções e factos se misturam, sem qualquer hierarquia, para a criação de um habitat proto-futurista. Uma emancipação da verdade e uma celebração da ficção. Um exercício para reclamar o direito de reinventar a história do seu próprio corpo e cidadania. Uma coreografia mirabolante onde os corpos dos performers são postos às avessas, não através de qualquer ilustração de exercício libertário, mas através de uma aceleração hiperformal. Será talvez evidente o acento de uma reflexão e reescrita de género neste exercício ficcional: Corpos remontados pelo paradoxo entre a evidência e a impossibilidade da definição do feminino. Corpos proto-futuristas que se experimentam no jogo lúdico de propor uma ideia de dança que os reestrutura. Corpos que se propõem a uma prática de género pós-binário e pós-panfletário. Uma metamorfose intima de um queer silencioso que acontece na quase invisibilidade dos ossos, da carne e da pele. PRÓXIMA APRESENTAÇÃO 1, 2 e 3 DE DEZEMBRO | 21h30 ZDB TEMPS D'IMAGES LISBOA ////////////////////////////////////////////////// [PREMIERE] IN A MANNER OF SPEAKING Choreography by Dinis Machado for Ballet Contemporâneo do Norte Danced by Mariana Tengner Barros, Filipe Pereira, Jorge Gonçalves and Susana Otero Set, light and costume design: Dinis Machado Photography: Miguel Refresco Video: Diogo Mendes Graphic Design: Eduardo Ferreira Executive Producer: Inês Nogueira Co production: Temps d'Images Lisboa Thanks to: A22, CMSMF Special thanks to: Sr. Eugénio Campos Residency: Armazém22, Pavilhãi da Lavandeira I melted my gender into the skin of stone A bone A physical rhyme A tender mime of a desire of mine In a Manner of Speaking is a poem. Not as lyrical reverie, but as a place where choreographic writing unfolds from its own playfulness. It began with an invitation from the Ballet Contemporâneo do Norte to revisit my first group piece Parole, Parole, Parole... (2010). After this process of reconsideration, and without any formal nostalgia, the only things left were a micro-universe in continuous reformulation and the investment in the phatic function of a choreographic language that abandons its dependence on any idea of content, developing instead itself as a proto-political exercise of (collective) presence, not minimal neither essentialist, but hyperfictional. In a Manner of Speaking is therefore a structural self-fiction about a dance company. A hyperformal exercise of a made-up virtuosity put together from fragments and techniques of a deliberately laconic, appropriated and made-up dance history. A subjective speculation, a deformed gaze calcified by a confident practice. An anti-essentialist manifesto where fictions and facts intermingle without any hierarchy, aiming the creation of a proto-futuristic habitat. An emancipation from truth and a celebration of fiction. An exercise to claim the right to reinvent one's own body history and citizenship. A multifarious choreography where the performers' bodies are put inside out, not through any illustration of a libertarian exercise, but through a hyperformal acceleration. The accent on questioning and rewriting gender becomes perhaps evident in this fictional exercise: Bodies reassembled by the paradox between the evidence and the impossibility of a definition of feminine. Proto-futuristic bodies that experiment themselves in the playful game of proposing an idea of dance that restructures their own bodies. Bodies that propose themselves to a post-binary and post-demagogic gender. An intimate metamorphosis of a silent queerness that materializes in the near invisibility of the bones, the flesh and the skin. NEXT PRESENTATION 1, 2 e 3 DECEMBER | 21h30 ZDB TEMPS D'IMAGES LISBON
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