Exposição OS LIVROS QUE HABITAMOS de Catarina Paulo
Os Livros que Habitamos
São casa. São nossos. São para sempre.
Pai, estás aí?
Vamos recordar as histórias que vivem em nós?
Ao longo dos anos fomos colecionando livros e histórias. Partilhámos referências, emoções e sonhos. Abrimos a porta a novos mundos e, da janela, desenhámos infinitas perspectivas. Construímos um universo singular, a nossa biblioteca pessoal. É aqui que encontramos, amontoadas em mil folhas, as memórias dos dias que passámos juntos. Memórias cheias de tanto. Podemos sempre revisitá-las nas páginas de cada livro uma e outra vez. Cada página vale muito.TIC-TAC… Parece-me ouvir o tempo. Lá vem ele, “o movediço”. Ora corre apressadamente, ora dança como as páginas de um livro quando o folheamos.
Sabes? Tenho medo da pressa do tempo… TIC-TAC… e do tempo que não temos. Este tempo que nos faz curvar e que a cada dia nos leva algo de nós mesmos.
Molda todas as dobras do nosso corpo e tem o poder de alterar o rumo da narrativa e de pôr a nu as nossas fragilidades. Não é o ideal. Mas parece mais desafiante, não achas?
Ainda podemos somar umas quantas viagens, mesmo que o tempo subtraia. A estante tem sempre lugar para mais um!
Hoje, assinas os livros para não te esqueceres que os leste.
E hoje, eu tenho a sorte que assines esta história que escrevi e ilustrei para ti. Espero um dia juntar à nossa coleção “As horas de viagem do João. O meu Pai”.