Temos outra proposta a fazer, alternativa às comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril.
Uma proposta que põe em destaque a iniciativa popular e revolucionária, espontânea, que durante ano e meio, à revelia do MFA, de partidos políticos, patrões e banqueiros, fez com que milhares de trabalhadores despolitizados, sem partido, de repente descobriram a política, a militância e o activismo, e se passaram pessoas com ideias, capazes de discutir e fazer, empenhadas em resolver os seus problemas de habitação, saúde, desemprego, baixos salários, etc, ocupando casas e terras, correndo com pides e bufos, impedindo os militares de embarcar para as guerras coloniais, tomando conta das fábricas quando os patrões acagaçados fugiam de Portugal ou delas eram expropriados, a construir estradas e levar a electricidade, a água e os cuidados médicos onde não os havia, a lançar-se país fora em campanhas de alfabetização ou a levar a cultura e as artes aos bairros de lata, às fábricas e às aldeias.
Um tempo em que os de baixo tratavam patrões e doutores por tu e lhes falavam cara a cara e sem medo, um tempo em que tinham voz e em que os de cima tinham que os ouvir e muitas vezes dobrar-se à sua vontade. Um tempo em que capitalistas, gestores, generais, directores e doutores não tinham nem autoridade nem meios de repressão para se fazer obedecer, pela simples razão de que os soldados não só se recusavam a esse papel como se colocavam invariavelmente do lado dos trabalhadores, camponeses e moradores pobres contra a polícia.
VIVA O PREC !
Comissão Comemorativa do Movimento Popular 25 de Abril