Sexta-feira, 10 de Maio, às 18h
Apresentação do livro As Comissões de Trabalhadores em Portugal, na Continuidade dos Conselhos Operários na Europa, de José Santana Henriques, com a participação do autor e de Miguel Pérez Suárez e Eduardo PiresNa história social, as Revoluções operárias “deram à luz” organismos de vontade popular, eleitos para resolverem as questões dos trabalhadores, dos camponeses e de outras camadas populares. Foi assim nas Revoluções saídas da I Guerra mundial (Rússia, Alemanha, Hungria), tal como no rescaldo da II Guerra mundial, com a destruição de muitos Estados na Europa e com o vazio político que o nazismo deixou, em particular na Alemanha, na Itália e em França.
Com o avanço das tropas soviéticas em direção a Berlim, aparecem estes organismos de poder popular em toda a Europa de Leste. Desenvolvem-se também na Revolução espanhola (1936/39), assim como na Revolução Húngara dos sovietes em 1956. E surgiram também em Portugal, no culminar desta época de Revoluções europeias do século XX.Este trabalho sobre as Comissões de Trabalhadores (CT) em Portugal, no pós-25 de Abril de 1974, pretende ajudar na compreensão destes organismos de luta dos trabalhadores, um
segundo canal de representação laboral, em paralelo com os sindicatos. As atribuições que as Assembleias de trabalhadores lhes conferiam fizeram delas organismos de duplo poder nas empresas: quem mandava, o patrão ou a CT? Existe pois uma história no desenvolvimento social e laboral em Portugal, na qual as CT têm desempenhado um papel relevante desde o 25 de Abril de 1974.
Este estudo aparece na continuidade e aprofundamento dos estudos de Miguel Suarez e Peter Robinson sobre as CT em Portugal, e para realçar que foram as CT que melhor contribuíram para a existência de um novo modelo de relações laborais em Portugal.Nesta sessão, além do autor, participarão Miguel Pérez Suárez (historiador e investigador) e Eduardo Pires (membro da CT da Lisnave em 1974-75).
