17 fevereiro (concerto) sexta 19h30
FESTIVAL RESCALDO Cândido Lima / André Gonçalves, Maria da Rocha, Violeta Azevedo e César Burago
Com mais de dez anos de existência, o Festival Rescaldo tem continua- mente procurado apresentar projetos significativos no panorama das músicas de vanguarda, assinalando as referências do presente, contextualizando a influência dos seus mais importantes precursores, desafiando artistas idiossincráticos a estabelecer novos laços e colaborações, e abrindo espaço para projetar artistas a quem reconhece potencial para, num futuro próximo, alargar e enriquecer os horizontes da criação musical contemporânea em Portugal. Nesta sua 13.ª edição, o festival colabora pela primeira vez com o TBA, espaço dedicado ao experimental e consciente da sub-representação estrutural no meio artístico. Aposta-se por isso em dois concertos inéditos. O primeiro em modo de celebração e homenagem a Cândido Lima, um dos pioneiros da música contemporânea portuguesa. E no segundo lança-se o desafio a uma nova colaboração entre quatro criadores pertinentes da nova música nacional: André Gonçalves, Maria da Rocha, Violeta Azevedo e César Burago.
CÂNDIDO LIMA Nascido em 1939 em Viana do Castelo, Cândido Lima é um notável compositor associado a uma certa vanguarda portuguesa que viveu (e vive ainda), maioritariamente, na obscuridade. Tendo estudado com Xenakis e privado com figuras como Boulez ou Ligeti na sua passagem pela Sorbonne, é um pioneiro nacional de formas técnicas e tecnológicas da composição contemporânea, da eletroacústica à espacialização do som, e autor de obras marcantes como Oceanos, recentemente revisitada no âmbito do projeto Unearthing the Music, que lhe proporcionou apresentações em festivais como o OUT.FEST no Barreiro ou o Skanu Mezs em Riga, Letónia. Apresenta-se no Rescaldo numa aparição rara em Lisboa.
ANDRÉ GONÇALVES, MARIA DA ROCHA, VIOLETA AZEVEDO e CÉSAR BURAGO Esta formação foi pensada especificamente para a parceria entre o Rescaldo e o TBA, e o concerto decorre de uma residência artística a realizar na ADDAC, o espaço de criação de utopias de síntese modular conduzido por André Gonçalves. Juntos, quatro nomes que ilustram as diversas proveniências e ninhos criativos do país no presente século: André Gonçalves é um criador de sistemas eletrónicos geradores de som e escultor de músicas suspensas pela voltagem; Maria da Rocha é uma violinista com formação clássica que há muito se vem abandonando à improvisação e a processos colaborativos; Violeta Azevedo é uma flautista que trabalha a coloração do som de uma forma instantaneamente identificável; e César Burago um visionário que continua a deslumbrar com a minúcia microscópica do seu ritmo. A uni-los, para além dos entendimentos únicos da sua prática artística, uma palavra de interpretações diversas, mas de significado intuído: a sensibilidade.
In its 13th edition, for the very first time, Rescaldo festival collaborates with TBA, an organisation dedicated to the experimental and that it is conscious of structural sub-representation within the arts. Thus, this collaboration comprises the debut of two concerts. The first is a celebration and tribute to Cândido Lima, one of the pioneers of contemporary Portuguese music. The second challenges four pertinent creators of new national music to work together: André Gonçalves, Maria da Rocha, Violeta Azevedo and César Burago.
12 eur Duração: 50 min. + 50 min. com intervalo Maiores de 6
Piano, eletrónica e projeções Cândido Lima Palco da sala principal
Sintetizadores modulares André Gonçalves Violino e eletrónica Maria da Rocha Flauta e eletrónica Violeta Azevedo Percussão César Burago Sala principal