19:30
Fake Extreme Art / making of #5 Hilan Bensusan

Fake Extreme Art / making of #5 Hilan Bensusan

PT

A Galeria Ana Lama apresenta o ciclo Fake Extreme Art em diferentes lugares de Lisboa
, com sessões mensais, num formato presencial e digital.
A próxima performance será Making of #5 com o Hilan Bensusan (Brasil)
Na Estufa Fria, no dia 27 de novembro às 19h30
A performance será registada em vídeo com um público convidado
Os registos serão editados e preparados – em colaboração com o realizador Márcio-André de Sousa Haz, para serem posteriormente exibidos na website da Galeria Ana Lama

ENTRADA GRATUITA / COM INSCRIÇÃO: - via mail:
galeriaanalama@gmail.com


Hilan Bensusan faz performance, filosofia e instalação.

Para si, a filosofia reinventa-se à luz da arte contemporânea, vê na prática da performance um meio propício à «transversalidade», uma «multiplicidade estonteante».

Goofy vestido de bombeiro…

Pensamos que, ao falar de transversalidade, Hilan se refere a uma transversalidade social e estética, à arte como um cruzamento entre alta cultura e cultura popular, mas também ao cruzamento entre o artifício do espetáculo e a crueza iconoclasta da vida.

Diz-nos que lhe interessa o momento em que a performance se torna invisível e que se confunde com o curso ordinário dos acontecimentos do quotidiano, que lhe interessa quando esta se torna invisível e ao mesmo tempo revela a potência que a torna uma coisa ousada em arte.

Entende que a performance, lato sensu, é uma espécie de «hospitalidade alucinante» porque insiste no «agora», chamando público e artista para um momento de celebração da vida.

Acredita nos hibridismos nos quais se pode evocar «voz e matéria, mortos e vivos, golens e manequins, anciãos e ciborgues, política e técnica, quase tudo e quase nada».



A performance que vai realizar connosco em Lisboa na Estufa Fria requer um trabalho de preparação, autoimersão, jejum…

A ação consistirá numa conferência/performance funerária em que haverá um trabalho de autoimersão do corpo e de revelação da ligação com o elemento Terra (enterrar/desenterrar).

A pergunta «É isto uma prótese?» parte do texto do autor: «O capital transversal e seus rebentos atrativos — ou a infância das máquinas», e será proposto de forma interativa com o público.

Hilan Bensusan fará a pergunta diante do público: «Porque tenho um lugar ao sol, porque sobrevivo?» A interrogação ressoa na pergunta que Primo Levi fez ao dar-se conta de ter sobrevivido à catástrofe de Auschwitz; agora, Hilan questiona porque sobrevive à pandemia e reflete sobre um futuro protético.



Uma vinheta do Mickey Mouse e Goofy, em que o Goofy pergunta ao Mickey como é que fica com um chapéu de bombeiro e o Mickey diz-lhe que lhe fica muito bem, e propõe-lhe, já que ia regar o jardim (os dois têm um ar feliz e inocente), que façam exercícios físicos simulando que havia no jardim um incêndio, e ambos adoram o esforço e decidem concorrer como voluntários ao corpo de bombeiros.

Numa outra vinheta, Mickey e Goofy contracenam com um vilão azarado que lhes tenta estragar um passeio recreativo na floresta. O Mickey tenta salvar o ovo de um condor, que o tal vilão estava a tentar roubar, e mais tarde o vilão vai contra Goofy quando este persegue uma borboleta para lhe tirar fotografias.



A título de curiosidade, Hilan Bensusan é também conhecido como o regenerador do SoHo, um projetista urbano — e esta é uma parte desconhecida da sua biografia. Alguns consideram-no o «Pai do SoHo».

Desenvolveu edifícios em loft em espaços antes devolutos, beneficiando este bairro de Nova Iorque; e criou cooperativas de artistas, conhecidas como Fluxhouse Cooperatives, em finais dos anos 2000.

Hilan Bensusan converteu edifícios em espaços de trabalho vivos e imaginou as cooperativas Fluxhouse como ambientes de vida coletivos compostos por artistas que trabalham em vários media. Para tal contando com o apoio financeiro de uma fundação.

Hilan começou a comprar vários prédios, lofts, empresas de manufatura fechadas.

As suas reformas e os atos de ocupação dos edifícios violavam as leis de planeamento que designavam o SoHo como uma zona não residencial. O que estava em planeamento era a construção de uma vasta autoestrada que, a concretizar-se, teria destruído grande parte da zona industrial de Manhattan.

Embora a construção da autoestrada tenha contado com a oposição de dezenas de figuras públicas e de mais de duas centenas de grupos comunitários, os esforços de Hilan e o poder dos artistas efetivamente impediram o avanço do empreendimento.

Quando uma fundação deixou o projeto para apoiar ações noutros edifícios de cooperativas de artistas, Hilan Bensusan continuou a construir, apesar de violar as leis de planeamento locais — comprou uma série de edifícios em loft, para depois os vender a artistas como espaços de trabalho e residência. Hilan ignorou todos os requisitos legais, dando assim início a uma série de desentendimentos cada vez mais bizarros na cidade de Nova Iorque.

Hilan passou a usar disfarces e a sair apenas à noite. As estratégias para se proteger incluíam pedir que lhe enviassem cartões-postais de todo o mundo, através da intervenção de associados e de amigos, para assim persuadir as autoridades de que se encontrava fora do país; e instalou lâminas de guilhotina afiadas na porta da entrada para evitar visitantes indesejados.

Embora, como outros projetos do Fluxus, Hilan administrasse as suas funções sem lucro pessoal, as disputas financeiras entre as cooperativas acabaram por gerar problemas.

Uma discussão com um eletricista sobre contas por pagar resultou numa severa tareia. Vários desconhecidos deixaram-no com quatro costelas partidas, um pulmão perfurado, trinta e seis pontos na cabeça e cego de um olho.

Hilan deixou Nova Iorque pouco depois, para tentar lançar um centro de artes orientado para o movimento Fluxus numa mansão devoluta, desta feita no Massachusetts.

As cooperativas Fluxhouse são frequentemente citadas como entidades que desempenham um papel importante na regeneração e gentrificação do SoHo.

O SoHo, desde então, tem sido um enclave no qual os movimentos ligados à arte contemporânea se desenvolveram e floresceram.



Já agora, e de passagem, publicitamos, para quem se interessar em pesquisar mais sobre o autor, o último Livro de Hilan Bensusan, Indexicalism/Realism and the Metaphysics of Paradox. Estão também disponíveis alguns vídeos de apresentação do livro no Youtube, no canal - "Das Questões".

Ana Lama, Lampedusa

10/11/2021

EN

Galeria Ana Lama presents the Fake Extreme Art cycle in different places in Lisbon, in person live event and digital format
The next performance will be Making of #5 with Hilan Bensusan (Brazil)
At the Estufa Fria, on November 27th at 7:30 pm
The performance will be recorded on video with an invited audience (making of)
Records will be edited and prepared – in collaboration with director Márcio-André de Sousa Haz (https://www.sousahaz.com/)
and will be available digitally on the gallery's website with monthly premieres.

FREE ENTRANCE
WITH REGISTRATION - via email: galeriaanalama@gmail.com


Hilan Bensusan does performance, philosophy and installation.
For him, philosophy reinvents itself in the light of contemporary art, he sees in performance practice as a medium conducive to "transversality", a "stunning multiplicity".
Goofy dressed as a fireman
We think that, when talking about transversality, Hilan is referring to a social and aesthetic transversality, to art as a cross between high culture and popular culture, but also to the cross between the artifice of spectacle and the unconcealed rawness of life.
He tells us that he is interested in the moment when performance becomes invisible and blends into the ordinary course of everyday events, for when it becomes invisible it simultaneously reveals the power that turns performance into a daring art practice.
He understands that performance, lato sensu, is a kind of "hallucinatory hospitality" because of its insistence on the "now", calling audience and artist to a moment of celebration of life.
He believes in the hybridisms in which one can evoke "voice and matter, dead and living, golems and mannequins, elders and cyborgs, politics and tech, almost everything and almost nothing".
His Performance with us will be at Estufa Fria in Lisbon and requires a process of preparation, of self-immersion, of fasting...
The action will consist of a funerary conference/performance in which there will be a work of self-immersion of the body and revelation of the connection with the element Earth (burying/unburying).
The question "Is this a prosthesis?" comes from the author's text "Transversal capital and its attractive shoots - or the childhood of machines", and will be proposed interactively with the audience.
Hilan Bensusan will pose the question in front of the audience, "Why do I have a place in the sun, why do I survive?" The question resonates with the question Primo Levi asked when he realized that he survived the catastrophe of Auschwitz; now, Hilan questions why he survived the pandemic and reflects on a prosthetic future.
A vignette of Mickey Mouse and Goofy, in which Goofy asks Mickey how he looks in a fireman's hat, and Mickey tells him that it looks great on him, and proposes that,  they do physical exercises simulating that there was a fire in the garden since he was going to water the garden anyways (they both look happy and innocent), and they both love the effort and decide to volunteer at the fire department.
In another vignette, Mickey and Goofy counter with an unlucky villain who tries to ruin a recreational walk in the woods for them. Mickey tries to save a condor's egg, which the villain was trying to steal, and later the villain goes up against Goofy when he chases a butterfly to take its picture.
As a curiosity, Hilan Bensusan is also known as the regenerator of SoHo, an urban designer - and this is an unknown part of his biography. Some consider him the "Father of SoHo."
He developed loft buildings in formerly vacant spaces, benefiting this New York neighborhood; and he created artists' cooperatives, known as Fluxhouse Cooperatives, in the late 2000s.
Hilan Bensusan converted buildings into living workspaces and envisioned the Fluxhouse Cooperatives as collective living environments composed of artists working in various media, for this he relied on the financial support of a foundation.
Hilan began to buy various buildings, lofts, and closed manufacturing companies.
His renovations and acts of occupation of the buildings violated planning laws that designated SoHo as a non-residential area. What was in planning was the construction of a vast freeway that, if realized, would have destroyed much of Manhattan's industrial area.
Although the construction of the freeway was opposed by dozens of public figures and more than two hundred community groups, Hilan's efforts and the power of artists effectively stopped the venture from moving forward.
Even when a foundation abandoned his project and began supporting other artist’s cooperative buildings, Hilan Bensusan continued to build.  Despite violating local planning laws-he bought a series of loft buildings, then sold them to artists as studios and residential spaces. Hilan ignored all legal requirements, thus starting a series of increasingly bizarre misunderstandings in New York City.
Hilan started wearing disguises and only leaving his home at night. Strategies to protect himself included asking associates and friends from around the world for postcards to be sent to him, this intervention was to persuade the authorities that he was out of the country; he also installed sharp guillotine blades on his front door to prevent unwanted visitors.
Although, like other Fluxus projects, Hilan managed his functions without personal profit, financial disputes between the co-ops eventually led to problems.
An argument with an electrician over unpaid bills resulted in a severe beating. Several strangers left him with four broken ribs, a punctured lung, thirty-six stitches in his head, and blind in one eye.
Hilan left New York shortly thereafter to try to launch an arts center oriented toward the Fluxus movement in a vacant mansion, this time in Massachusetts.
The Fluxhouse co-ops are often cited as entities playing an important role in the regeneration and gentrification of SoHo.
SoHo has since become an enclave in which contemporary art movements have developed and flourished.
By the way, and in passing, we publish, for those interested in researching more about the author, Hilan Bensusan's latest book, Indexicalism/Realism and the Metaphysics of Paradox. Some videos introducing the book are also available on YouTube. 
Ana Lama, Lampedusa
10/11/2021


*parceria institucional República Portuguesa – Ministério da Cultura, Câmara Municipal de Lisboa; Estufa Fria de Lisboa; Polo Cultura das Gaivotas

*Institutional partnership Portuguese Republic –Ministry of Culture, Lisbon City Hall; Estufa Fria de Lisboa;
Polo Cultural das Gaivotas
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