Inscrição / Register _ galeriaanalama@gmail.com Morada/ Adress _ Mercado de Culturas. Rua Maria da Fonte Mercado do Forno do Tijolo, 1170 – 221 Lisboa PT Em Lisboa, a performance que Rocío Boliver irá realizar connosco será num formato diferente – um making of. Aqui o registo em vídeo da performance é também um momento com público, um ensaio aberto de uma performance para a câmara. A ação será gravada em vídeo no Mercado de Culturas de Arroios, sem cortes durante a filmagem; com um público-figurante restrito. Assim, convidamo-lo, a si, a assistir a este processo de making of, no dia 7 de agosto de 2021, às 19h – para o que terá de se inscrever –, e ver a performance «Querer Ter os Pés no Chão», de Rocío Boliver. A realização do vídeo estará a cargo de Márcio-André de Sousa Haz. https://www.sousahaz.com/ A estreia online está marcada para dia 30 de agosto de 2021 através do website da Galeria Ana Lama. https://www.galeriaanalama.org/ «Querer Ter os Pés no Chão» será uma performance que se realizará em altura, com utensílios de alpinismo. A performer conta-nos que a ideia para esta proposta lhe surgiu do medo de perder o juízo em plena pandemia. E evoca este e todos os medos que despontam quando soltamos os pés da terra. EN In Lisbon, the performance that Rocío Boliver will perform with us will be in a different format - a making of. Here the video recording of the performance is also a moment with an audience, an open rehearsal of a performance for the camera. The action will be recorded on video at the Mercado de Culturas in Arroios, without cuts during the filming; with a restricted audience. Thus, we invite you to participate in this making of process, on August 7, 2021, at 7pm - for which you must register -, and watch the performance "Querer Ter os Pés no Chão", (wanting to keep your feet on the ground) by Rocío Boliver. The video will be directed by Márcio-André de Sousa Haz. https://www.sousahaz.com/ The online premiere is scheduled to air on August 30, 2021 on Galeria Ana Lama's website. https://www.galeriaanalama.org/ "Querer Ter os Pés no Chão" (wanting to keep your feet on the ground) will be a performance that will take place in the air at heights, with mountaineering tools. The performer tells us that the idea for this proposal came to her from the fear of losing her mind in the middle of a pandemic. And it evokes this and all the fears that arise when we can’t seem to keep our feet on the ground. PT Relatos do início da vida de Natasha Romanoff (este texto não pretende falar de Romanoff, a Viúva Negra heroína da Marvel, com uma sequela agora nos cinemas, mas antes falar de Rocío Boliver). Um testemunho diz que alguém colocou fogo no edifício de Volgogrado onde Natasha vivia e que sua mãe a atirou pela janela para os braços de um soldado russo, antes de se deixar morrer no fogo (a mãe). O nome do soldado era Ivan Petrovitch – não vamos continuar com a descrição biográfica sobre Natasha Romanoff aka Viúva Negra, porque para nós a heroína que nos importa aqui é Rocío Boliver. Rocío Boliver, segundo nos explica a Wikipédia, é uma performer mexicana que cria arte corporal evocando a repressão imposta às mulheres. É uma performer envolvida com as propostas de arte extrema da Body Art desde 1992, altura em que começa a sua carreira. Tem formação em vídeo e teatro mexicano. Desde 1994 trabalhou em projetos de teatro, performance e arte contemporânea, colaborando com o dramaturgo Juan José Gurrola. Temos a honra de apresentar Rocío Boliver, uma deusa das artes; aliás, ela é ainda dos tempos pré-conturbados, uma artista que nos arrebata de há 30 anos para cá. – Coisa pouca, porém essencial, é que é difícil explicar o impacto que a sua arte tem nas pessoas. A primeira aproximação ao seu trabalho talvez seja de repúdio, ou de chacota, mas o império da sua vontade impregna tudo. O caminho que traça, enfrentando medos, diz-nos que começou esta dimensão de trabalho nos limites do corpo ainda na adolescência. Por esta altura, e após doença prolongada e estando acamada, enfrenta a depressão. Começa por escrever contos eróticos com a intenção de se provocar a si e aos outros, e daí surgem as suas primeiras ideias para performances. – Parece que a energia do seu trabalho artístico vem daqui. – Uma assumida dimensão de força e orgulho da superação. O calculável pessimismo dos tempos de depressão por que passou, todo o sofrimento psíquico e físico, a escatologia de fluidos corporais… Onde a pós-depressão, a dimensão primeira da fragilidade e da morbidez do humano não é alterada, onde o animal humano não é lavado. Rocío Boliver contou-nos, um dia, que trabalha sublimando todas as ideias e medos que a atacaram nos tempos em que esteve presa a essa cama. – Já existe uma máquina de lavar animais, a Dog-O-Matic, que lava cães a jato; custa 13 euros, se os cães forem pequenos, e 22 euros, se forem grandes; é como uma máquina de lavar automática: os coitados animais ficam numa janela, igual à portinhola de uma máquina de lavar roupa, a espreitar cá para fora. Talvez não tenha interesse, mas refiro isto, de um animal humano não ser lavado e da artista Rocío Boliver tentar assumir todas as impurezas, e depois achei graça quando percebi que já se faz publicidade a máquinas automáticas de lavagem de animais domésticos. A artista é considerada um ícone cultural underground no seu país. Já se apresentaram performances suas em múltiplos locais –museus, raves, universidades, galerias, reuniões ativistas e programas de TV. Faz parte de muitos mundos. Um exemplo: é considerada uma pessoa importante na cena da arte gótica e apresentou trabalhos em fóruns alternativos, como o Festival Nacional de Sadomasoquismo. Expôs também obras nos museus Ex Teresa Arte Actual (INBA) e El Museo Experimental El Eco (UNAM), do México. Além disso, conheceu Christian Boltanski (de quem se tem falado tanto ultimamente) em Paris, em 1997, e os dois construíram uma peça na qual tentam falar com as baleias da Patagónia. Em 2001, ambos transformaram um autocarro escolar americano, transformaram um Blue Bird – ou melhor, não fizeram nada com ele –, tiveram um acidente no deserto do Arizona e acabaram por não completar os planos que tinham para o autocarro. Em 2006, Rocío Boliver faz uma parceria com Vito Acconci, realizando a performance «To the Rhythm of Swing» na fronteira do México com os EUA, onde montou um baloiço com uma grua, a dez metros de altura, sobrepondo-se ao muro que constitui a fronteira física entre os dois países, sendo acompanhada por músicos tradicionais. A performance consistiu em baloiçar entre as fronteiras, nua, durante 30 minutos. Ana Lama, Split, 19/07/2021 EN Accounts of Natasha Romanoff's early life (This text is not intended to talk about Romanoff, Marvel's Black Widow heroine, with a sequel now in theaters, but rather to talk about Rocío Boliver). One testimony says that someone set fire to the Volgograd building where Natasha lived and that her mother threw her out the window into the arms of a Russian soldier, before letting herself (the mother) perish in the flames. The soldier's name was Ivan Petrovitch - we won't continue with the biographical description about Natasha Romanoff aka Black Widow, because for us the heroine we care about here is Rocío Boliver. Rocío Boliver, as Wikipedia explains to us, is a Mexican performer who creates body art evoking the repression imposed on women. She has been a performer involved with the extreme art proposals of Body Art since 1992, when she began her career. She has a background in video and Mexican theater. From 1994 she worked in theater, performance and contemporary art projects, collaborating with playwright Juan José Gurrola. We are honored to present Rocío Boliver, a goddess of the arts, as she is still from pre-troubled times, an artist who has been blowing us away for 30 years now. - Minor yet essential, is the fact that it is difficult to explain the impact her art has on people. The first encounter with her work may be one of repudiation, or mockery, but the imperiousness of her will impregnates everything. The path she traces, facing fears, tells us that she began working with the limits of the body still in her adolescence. Around this time, and after a prolonged illness and being bedridden, she faces depression. She starts writing erotic short stories with the intention of provoking herself and others, therewith originating her first ideas for performances. - It seems that the energy of her artistic work comes from this moment. - There is an assumed dimension of strength and pride in overcoming. The calculable pessimism of the times of depression she went through, all the psychic and physical suffering, the scatology of bodily fluids... Where post-depression, the first dimension of the fragility and morbidity of the human is not altered, where the human animal is not washed away. Rocío Boliver told us, one day, that she works sublimating all the ideas and fears that she faced while bedridden. - There is already a washing machine for animals, the Dog-O-Matic, which washes dogs by jet; it costs 13 euros if the dogs are small, and 22 euros if they are big; it is like an automatic washing machine: the poor animals stay in a window, like the little door of a washing machine, looking out. Rocío Boliver speaks of a human animal not being washed and of the artist trying to take on all the impurities. Maybe it is of no interest, but I mention this because I was amused when I discovered that automatic washing machines for domestic animals are already being advertised, The artist is considered an underground cultural icon in her country. Her performances have taken place in multiple venues -museums, raves, universities, galleries, activist meetings and TV shows. She is part of many worlds. For example, she is considered an important person in the gothic art scene and has presented works in alternative forums, such as the National S&M Festival. She has also exhibited works in the Ex Teresa Arte Actual (INBA) and El Museo Experimental El Eco (UNAM) museums in Mexico. In addition, she met Christian Boltanski (who has been news worthy lately) in Paris in 1997, and the two of them created a work in which they try to talk to the whales of Patagonia. In 2001, they both transformed an American school bus, transformed a Blue Bird - or rather, did nothing with it - had an accident in the Arizona desert and ended up not completing the plans they had for the bus. In 2006 Rocío Boliver partnered with Vito Acconci to perform "To the Rhythm of Swing" at the Mexico-US border, where she set up a swing with a crane, ten meters high, over the wall that forms the physical border between the two countries, which was accompanied by traditional musicians. The performance consisted of swinging naked between the borders for 30 minutes. Ana Lama, Split, 19/07/2021 *No contexto da pandemia Covid-19 é obrigatório o uso de máscara sanitária para assistir à performance e a lotação é limitada e sujeita a inscrição, no respeito das normas de higiene e segurança. *In the context of the Covid-19 pandemic, the use of a sanitary mask is mandatory to watch the performance and the capacity is limited and subject to registration, in compliance with hygiene and safety standards.