Conversas (A) anos de luz Com Catarina Simão Catarina Simão irá falar-nos sobre a questão da devolução dos objetos roubados a África durante o período colonial. A participação é gratuita, sujeita à limitação do espaço Inscrição em aapa.anja@gmail.com Como todos os outros, 2020 está a ser ano atípico. Entre uma miríade de acontecimentos mais ou menos trágicos, estamos a viver uma verdadeira epidemia de estátuas caídas. Não que isso seja um qualquer remédio para a crise económica, não é valor pecuniário da matéria-prima que as faz cair, mas o seu valor – ou insustentável peso – simbólico! A descolonização parece ter, enfim, penetrado até ao bronze. Ou será que em Portugal não? Ouvindo os discursos dos "responsáveis" políticos deste país, percebemos que não parecem ter acompanhado as discussões que têm sido tidas por este mundo fora. - Em que ano estamos? A Associação de Amigos da Praça do Anjo (aapA), que nasceu junto a um pedestal abandonado, gosta de discutir as virtudes da gravidade. Afinal, quem cai e quem faz cair? Pareceu-nos, portanto, urgente organizar um ciclo de conversas em torno do valor e significado da representação da dita estatuária pública. Qual o papel da arte no espaço público? Afinal, quem decapita e quem é decapitado? Quem derruba e quem é derrubado? - Em que século estamos? Catarina Simão Lisboa (1972). Arquitecta e investigadora independente. Como investigadora dedica-se ao estudo de fenómenos do conhecimento subjectivo e à sua relação com a Diáspora, com a experimentação, a tecnologia e a outras áreas da produção industrial. Trabalha as áreas da programação de cinema, música, teatro e artes plásticas. Em 2008 criou em Barcelona o evento Luso-phonia. No verão de 2009, visita o arquivo do Instituto Nacional do Audiovisual e Cinema (INAC), em Maputo, onde encontra a equipa da missão de recuperação deste arquivo, levada a cabo desde 2008 pelo Estado Português. A Associação de Amigos da Praça do Anjo foi criada, em janeiro de 2007, no seguimento do furto da escultura A Anja, da autoria de José Rodrigues, situada na Praça de Lisboa. A associação promove, desde então, uma discussão em torno da crescente privatização do espaço público através de variadas ações – visitas guiadas, lápides, petições públicas, performances, jantares comemorativos, etc. Este evento tem o apoio do Criatório.