O Beco de Alberti, a primeira exposição individual de PAULO CLIMACHAUSKA na Galeria BAGINSKI, segue o seu discurso ancorado nas relações entre arte, economia e sociedade, criando imagens que são construídas por linhas de números consecutivos resultantes de operações de subtração que terminam sempre em zero. Na algoritmização das formas, propõe-se uma avaliação do dígito numa conversão ao digital, introduzindo-se uma metodologia de gestão sob lógicas de flutuação económica nas quais a quantificação da unidade depende da subtracção das partes. A exposição referencia Leon Battista Alberti, contrariando o seu conceito de pintura como janela aberta para o mundo, proposto em della Pittura (1435), ao sugerir um espaço físico com um campo visual de latitude reduzida e obscura, onde o fim é duvidoso. Climachauska faz uso das formas clássicas da expressão artística – a natureza-morta e o autorretrato – para comentar as circunstâncias do momento atual, onde o futuro sugere ser incerto e onde a compreensão de uma imagem geral se torna cada vez mais complicada de obter. As naturezas-mortas presentes na exposição tomam como fundo a expressão arquitectónica do cobogó, elemento originário do Recife (BR) e popularizado pelo Arquitecto Lúcio Costa como elemento caracterizador do Modernismo Brasileiro, representando, por um lado, um congelamento do tempo e da vida e, por outro, o impedimento de uma leitura ampla, clara e desimpedida, daquilo que está do outro lado dos cobogós. Os trabalhos impõem assim uma dicotomia entre o rigor da construção e do desenho arquitetónico e a fragilidade da composição orgânica, revelando um embate entre a vida e as estruturas sociais, políticas e económicas que a regulam. Em simultâneo, o autorretrato sugere um egocentrismo social, no qual os nacionalismos e as políticas de protecionismo económico resultam da imagem do “eu” disseminada. // Alberti’s Alley, PAULO CLIMACHAUSKA’s first solo show at Galeria BAGINSKI, roots its discourse in the relationships between art, economics and society, creating images that are constituted by lines of consecutive numbers that are resultant from operations of subtraction which always equal zero. In the algorithmization of the forms, an assessment of the digit in a conversion to the digital is proposed, introducing a methodology of management under logics of economic fluctuation, in which the quantification of the unit depends on the subtraction of the parts. The exhibition makes reference to Leon Battista Alberti in a way that it contradicts his concept of painting as a window to the world, as proposed in della Pittura (1435), and suggesting a physical space with a visual field of dark and narrow latitude, where the end is unknown. Climachauska makes use of the classical forms of artistic expression – still life and self-portrait – making remarks on the circumstances of the current time, when the future suggests uncertainty and the comprehension of a general picture becomes more and more complicated to obtain. The still lives present in the exhibition take as backdrop the architectural expression of the “cobogó”, arquitectonic element from Recife (BR) and made popular by the architect Lúcio Costa as characteristic element of Brazilian Modernism, representing, on the one hand, a suspension of time and life and, on the other hand, the obstruction from an open, clear and unimpeded reading of what is on the other side of a cobogó. The works impose a dichotomy between the rigorousness of construction and of the architectural drawing and the fragility of the organic composition, revealing a clash between life and the social, political and economical structures that regulate it. Simultaneously, the self-portrait suggests a social egocentrism in which nationalism and policies of economical protectionism are the result of a disseminated view of the “self”.