A proliferação de discursos dedicados ao tema da identidade sugere que este se converteu num dos mais importantes terrenos de combate político do nosso tempo. No que diz respeito à definição do género, isso é em larga medida um resultado das mobilizações de movimentos feministas e LGBT um pouco por todo o mundo, que abriram um vasto campo de problemas relacionado com a construção do 'masculino' e do 'feminino'. No decorrer do processo aprendemos a desconfiar da natureza biológica dos papéis de género, problematizando a forma como as crianças são ensinadas, desde a mais tenra infância, a comportar-se em função do que se convencionou corresponder à sua identidade. Azul e cor-de-rosa, tachos e pistolas, bolas de futebol e estojos de maquilhagem, fatos de princesa e chapéus de cowboy, são outras tantas formas de garantir que as 'meninas' se distinguem dos 'meninos' e não há espaço para confusões. Esta dimensão performativa do género convoca, por sua vez, um exame às estratégias, discursos e dispositivos empregues para questionar ou reproduzir lógicas de dominação patriarcal.
A UNIPOP propõe um debate acerca do tema, introduzido por António Fernando Cascais e Andreia Cunha.
António Fernando Cascais é Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, organizador do volume colectivo 'Indisciplinar a teoria. Estudos gays, lésbicos e queers' (Lisboa: Fenda, 2004) e especialista no trabalho do filósofo e historiador Michel Foucalt.
Andreia Cunha é Mestre em Ciência Política e activista feminista, tendo sido co-curadora do Festival Gender Trouble¸ levado a cabo no Teatro Municipal Maria Matos.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.