Instalação 10 - 26 de Outubro Terça a Sábado, das 16 às 20h Inauguração: 10 de Outubro das 18h - 22h Na saída sudoeste de Viana do Alentejo, encontram-se os restos das antigas pedreiras de mármore. Estes lugares foram, ao mesmo tempo, fontes de emprego e cemitérios. Durante seu auge, empregavam centenas de trabalhadores, mas diz-se que pelo menos um morria por ano. O mármore alentejano era exportado a grande escala, principalmente para o Médio Oriente e Europa. Mas estas exportações tiveram um declínio com a concorrência de outros mármores, falta de investimentos e uma dificuldade cada vez maior na extracção de pedra de boa qualidade. Em Viana, cujo trunfo era o mármore verde-viana, o facto de não existir indústria de transformação no local começou a inviabilizar a extracção. Nesta vila já nenhuma pedreira se encontra em funcionamento. Agora espaços vazios rompem a terra em linhas rectas, num cenário quase pós-apocalíptico. Numa inspecção mais pormenorizada, imensos buracos circulares sem fundo visível começam a destacar-se. Perfeitamente recortados, esses vazios com 40 cm de diâmetro têm cerca de 7 metros de profundidade. Era através deles que um cabo iniciava o corte dos enormes cubos de pedra. Porém, muitos destes já não chegaram a ser o ponto de partida para nada. O diâmetro, aproximadamente a medida entre os dois ombros de um homem, confere-lhes uma escala humana. Quando um acidente acontecia, e ferramentas caíam ao fundo desses buracos, o material necessitava de ser retirado. Na altura a única forma para o fazer era um trabalhador descer com um cabo atado aos pés e ombros, de cabeça para baixo e com os braços estendidos. Era sempre o responsável da equipa que abriu o buraco que descia. Luís Sezões 2013 Luís Sezões (n. 1981, Évora, PT) licenciou-se em Artes Plásticas/Escultura na FBAUL (2005) e obteve um mestrado em Arte e Design para o Espaço Público na FBAUP (2009). Iniciou a sua actividade artística através da escultura e de projectos de arte pública. Posteriormente o seu trabalho expandiu para uma prática multidisciplinar que inclui fotografia, vídeo e intervenções no espaço público e foi exibido em festivais de arte, galerias e espaços independentes. Das suas exposições recentes podem-se destacar anGeben, Xpon Art Galerie, Hamburgo, Alemanha (2013); (No)Public Space, com curadoria de Katja Windau, Frappant Galerie, Hamburgo, Alemanha (2013); Summer Calling '12, 3 +1 Arte Contemporânea, Lisboa (2012); My thoughts have been replaced by moving images, Flausina, Lisboa (2012); Junho das Artes '11, com curadoria de Carolina Rito, Óbidos (2011); Escrita na Paisagem '11, Igreja de S.Vicente, Évora (2011); FUSO – Anual de Vídeo Arte de Lisboa, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa (2010) e Serralves em Festa '08, Museu de Serralves, Porto (2008). Durante 2009 foi assistente dos artistas Jimmie Durham e Maria Thereza Alves desenvolvendo com estes projectos em vários países, entre os quais se incluem Itália, França, Espanha e México. Foi também um dos autores do do projecto de performance e intervenção no espaço público Jelgava Wall (2010) produzido em Jelgava, Letónia, e do projeto de arquitetura OCO – Coastline and Ocean Observatory (2012), vencedor do primeiro prémio no concurso de arquitectura (Un)Restricted Access apresentado na Bienal de Arquitectura de Veneza. Atualmente vive e trabalha entre Lisboa e Évora (Portugal) e Hamburgo (Alemanha).