ANTÓNIO JÚLIO DUARTE AMÉRICA 13 de Outubro — 16 de Dezembro Inauguração: Sexta-feira, 13 de Outubro, 22h e Sábado 17-22h Sua Magnificência deve saber que o motivo que me trouxe ao reino da Espanha foi negociar mercadorias; e que persegui essa intenção por cerca de quatro anos, durante os quais vi e conheci as viradas inconstantes da fortuna e como esta persiste em tornar aleatórios aqueles benefícios frágeis e transitórios; e como, num momento, eleva o Homem ao cume da roda, e noutro o afasta de si e o despoja daquilo a que se podem chamar as suas riquezas emprestadas; de modo que, sabendo do contínuo fardo que o Homem acarreta na sua procura, submetendo-se a tantas ansiedades e riscos, resolvi abandonar o comércio e consertar o meu objetivo em algo mais digno de louvor e estável; foi então que me preparei para sair a ver parte do mundo e das suas maravilhas… Amerigo Vespucci A Galeria Pedro Alfacinha orgulha-se em apresentar América, seis novas peças de António Júlio Duarte. Profundamente comprometido com a fotografia, ao longo de quase trinta anos de trabalho tem vindo a desencadear sucessivas acções de emancipação das suas tradições — narrativa e realidade vêm sendo permanentemente desafiadas através da observação afirmativa e de uma consistente obsessão pela alienação — contribuindo com uma das mais singulares e coerentes vozes para o misterioso entendimento do paradigma da fotografia hoje. António Júlio Duarte nasceu no Poço dos Negros, Lisboa, em 1965. Estudou no Ar.Co em Lisboa e no Royal College of Art, em Londres. Expõe regularmente desde 1990 e é autor de nove livros, dos quais se destacam White Noise e Japan Drug, ambos publicados pela Pierre von Kleist Editions. Nos últimos anos desenvolveu quatro exposições individuais: Mercúrio, na Galeria Zé dos Bois, Lisboa, em 2015; António Júlio Duarte, na Galeria Pedro Alfacinha, Lisboa, e Suspension of Disbelief, no Centro de Artes Visuais, Coimbra, ambas em 2016; e White Noise, no Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes, em 2017.