RIFAR O MEU CORAÇÃO é um conceito que foi desenvolvido durante o ano 2016. É um workshop-espectáculo – suscitado por um documentário de Ana Riepper (2012) com o mesmo título – que trabalha a memória e a identidade num equilíbrio difícil entre a ficção e a realidade. Projectam-se quatro etapas de apresentação: Sousel, Porto, Algarve e Lisboa. O trabalho envolve uma semana de ensaios abertos e uma semana de apresentações públicas, gratuitas e com oferta de comida e bebida. Envolve doze actores profissionais que trabalharão com participantes das comunidades de recepção. Por sua vez, estes participantes locais circularão à posteriori pelos seguintes espaços de apresentação. O trabalho constrói-se a partir de músicas seleccionadas apelando à recuperação de memórias de grupos e pessoas em contextos de exclusão, quer esta resulte de condições socioeconómicas difíceis quer de um isolamento territorial e social. Cada interveniente partilhará, a partir de uma música, as suas memórias reais ou ficcionadas num registo próximo da confissão. Situa-se aqui a importância crucial do trabalho da escritora Dulce Maria Cardoso que acompanhará o processo, recolhendo e seleccionando depoimentos dos diferentes intervenientes, de forma a criar um texto inédito, uma nova obra que será o resultado das várias etapas, sem que isso retire a espontaneidade que caracteriza todo o processo. Este novo texto será a base em que assentará a última etapa do processo, um espectáculo a apresentar em Lisboa em Outubro de 2017 que juntará os participantes e actores que ao longo das várias etapas deste trabalho foram contribuindo para a sua forma final. Na diversidade de partilhas individuais situa-se a possibilidade de construção de um discurso teatral e artístico, eminentemente político, que toca as questões mais relevantes para todos nós: a sexualidade, o poder, o racismo, a guerra, as relações de género, a família, a amizade e as estratégias de sobrevivência, problematizando a distância e a proximidade entre nós e os outros. ----------- FICHA TÉCNICA Encenação: Mónica Calle Interpretação: Bruno Candé, Cleo Tavares, Inês Vaz, José Miguel Vitorino, Marta Félix, Mónica Calle, Sofia Vitória Produção Executiva: equipa Casa Conveniente / Zona Não Vigiada Montagem Cénica: Bruno Candé Comunicação: José Miguel Vitorino Fotografias: Bruno Simão Vídeo: Marcelo Pereira ------------ Este projecto tem o apoio da Direcção Geral das Artes, Fundação Inatel, Câmara Municipal de Sousel, Associação Vozes do Fado, Rancho Folclórico da Casa do Povo do Cano, As Mandadeiras da Casa Branca, Rancho Folclórico de Santo Amaro. MORADA Associação Vozes do Fado Rua Açougues 10, Sousel 7470-250 SOUSEL CONTACTOS 268 558 111 (Associação Vozes do Fado) 937 744 067 (Marta Félix, produção Casa Conveniente)