Como elementos preambulares, recorro a quatro folhas brancas quadradas, separadas por uma pequena margem, onde repousam objetos e materiais encontrados em caminhadas por ruas e praias, bem como em visitas a casas e fábricas abandonadas. Ao longo do processo, os materiais que foram, digamos, marcando presença, destacam-se por sua característica fragmentada, como, por exemplo, materiais arenosos. Inicialmente, o que me interessou foi recolher essas materialidades associadas a uma ideia de natureza - extraídas e colocadas em contextos de construção, como uma casa, por exemplo, que se desmoronou, deixando esses elementos deslocados do seu ponto de origem, negligenciados e desprovidos de funcionalidade. No estúdio, esses materiais, através de uma dinâmica de afeto, são cuidadosamente tratados, alojados e reparados como elementos fulcrais, resgatando-lhes e atribuindo-lhes novas potencialidades, signi cações e virtualidades. A edi cação que se ergue sobre e entre as folhas emerge de maneira semelhante e em continuidade com criações anteriores, originando-se de práticas experimentais e intuitivas, sendo processual na sua construção e re exão, com um caráter performativo e resultando em um dispositivo expositivo.