11:00 até às 12:30
As Quatro Estações: Outono e Inverno | Visita guiada

As Quatro Estações: Outono e Inverno | Visita guiada

AS QUATRO ESTAÇÕES: OUTONO E INVERNO
Visita Guiada pela Associação CLENARDUS

26 OUT 2024 | Sábado 11h00
Quinta da Ribafria, Sintra
(disponível apenas em português)

Acesso gratuito mediante inscrição prévia para o e-mail secretariado@clenardus.com


As Quatro Estações é um tema constante, cada uma delas com a sua simbologia característica, sendo a Primavera representada, amiúde, por Flora; Ceres a força do Verão; o Outono personificando-se em Baco e o Inverno num ancião, a que se associa o deus Saturno. Da Antiguidade existem, em território nacional, representações das Quatro Estações, sendo comuns em mosaicos romanos.

As Estações do Ano estavam, na Mitologia Grega, associadas às Horae – divindades que presidiam às estações do ano e à ordem natural. Eram filhas de Zeus e Témis, a deusa da Justiça, filha de Úrano e de Gaia. As Horae eram, também, as guardiãs das portas do Olimpo, organizando a passagem das estrelas e participavam do cortejo de Afrodite e dos demais deuses e deusas relacionados com o trabalho agrícola e com a passagem das estações. Eram responsáveis por guardar a ambrósia, alimento dos deuses, e oferecê-lo aos humanos que merecessem a imortalidade e a divinização. Por vezes, foram associadas às Moiras, que eram suas meias-irmãs. Cuidaram de Hera na sua infância e ajudaram no aperfeiçoamento de Pandora, tendo assistido ao nascimento de Hermes e Dioniso.

Hesíodo nomeia, na sua Teogonia, três: "Eunomia, Justiça e Paz florescente que protegem as ações dos homens mortais" (Teogonia vv. 901-902 e Trabalhos e Dias v. 75). Inicialmente, eram, pois, referidas apenas três. Mas existem mais nove Horae, que são guardiãs do ciclo anual de crescimento da vegetação e das estações do ano. (Talo, Carpo, Auxo, Acme, Anatole, Dice, Diceia, uma deusa menor da Justiça, Eupória, Gimnásia). Só gradualmente as Horae passaram a personificar a divisão do dia.

Para alguns autores, Clóris, deusa da primavera, correspondendo entre os Romanos à Flora, era, também, uma das Horae, esposa de Zéfiro (o vento benfazejo do Ocidente), protegendo as flores e presidindo a tudo que floresce.

A Primavera é, normalmente, representada por uma jovem com flores e um pássaro numa mão.

A deusa Ceres é a alegoria do Verão, com o usual ramo de espigas; Dioniso/Baco, o deus grego das festas, do vinho e da fecundidade, é a alegoria do Outono; e um ancião com um braseiro ou candeia nas mãos simboliza o Inverno. Segundo a Mitologia, das mãos de Ceres, surgiu o trigo e a capacidade de os Humanos moldarem a Natureza, através da agricultura. Ensinou aos homens a arte de cultivar a terra, de semear, de fazer a colheita do trigo e com ele fabricar o pão.

O Outono, representado por Dioniso/Baco, o deus grego das festas, do vinho e da fecundidade, cuja representatividade é grande, no nosso território, ao longo dos séculos, merece-nos hoje um destaque particular. Na versão do mito que ficou mais conhecida, assume-se Dioniso ou Baco como filho de Zeus/Júpiter e da princesa Sémele. Associado a Liber Pater e sua divina esposa, Libera, gradualmente, estas duas divindades relacionadas com a fertilidade e o vinho foram assimiladas por Dioniso/Baco.

O Inverno é, normalmente, representado por um ancião coberto de roupa e com um braseiro na mão.
Pelo período do ano, é muitas vezes associado a Saturno, a personificação do Tempo que se consome a si próprio, através da metáfora dos filhos que come, e a gadanha era um dos seus atributos.
Mas Cronos/Saturno é, também, o deus da Agricultura, das Sementeiras e dos Grãos e parece ter sido o responsável por ter ensinado o cultivo da vinha.
Ao destronar o seu pai, atingindo-o com uma gadanha e cortando os seus testículos, Cronos torna-se o Rei dos Céus e o seu reinado (segunda geração divina) ficou conhecido como a “Idade do Ouro”, segundo o poeta Hesíodo.


A SATURNÁLIA

A Saturnália era celebrada na época em que o ciclo das plantações estava terminado, após a colheita, homenageando-se o fim do ano fértil, e ocorria no mês de Dezembro, também em correlação com o Solstício de Inverno (era celebrada no dia 17 de Dezembro, mas, ao longo dos tempos, foi sendo estendida a uma semana completa, terminando a 23 de dezembro).

Este festival, segundo Macróbio (Saturnália, 1.24.22-23), deve “em casas que mantêm a utilização religiosa adequada, antes de tudo, honrar os escravos com um jantar preparado como se fosse para o mestre; e só depois é a mesa posta novamente para o chefe de família. Assim, então, o escravo chefe veio para anunciar a hora do jantar e convocar os mestres para a mesa”

Durante a Saturnália, o comércio, as actividades políticas e administrativas, bem como as escolas, suspendiam as suas atividades, assim como todo o trabalho doméstico, mesmo o dos escravos.

Com origem em rituais gregos mais antigos, o festival Saturnália foi instituído em Roma por volta de 217 a. C.

A popularidade da festividade cresceu até se tornar um evento de uma semana que terminava dia 23 do mesmo mês. Um costume comum, durante as festividades da Saturnália, era visitar os amigos e trocar de presentes, designados sigillaria, pequenas figuras de terracota ou prata ou ainda velas de cera, representando a luz na escuridão.

Durante estas festividades, havia como que uma subversão da ordem social, um pouco como as brincadeiras que actualmente se fazem por altura do Carnaval: os escravos podiam comportar-se, neste período, como homens livres; elegia-se, à sorte, um princeps - uma espécie de caricatura da classe nobre - a quem se entregava todo o poder e eram usadas máscaras.

Mais informações em http://cultursintra.pt/


Foto: Quinta da Ribafria, por by Fábio Batista

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