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Luiz Francisco Rebello, nascido em Lisboa a 10 de setembro de 1924, foi autor de uma obra fundamental no panorama do teatro português do século XX, abrangendo domínios tão diversos como a dramaturgia, a tradução, a crítica, a investigação ou a historiografia. Em maio de 1971, é convidado pela Câmara Municipal de Lisboa para a formação de uma Companhia de Teatro Municipal, sedeada no recém-adquirido Teatro São Luiz, e cuja direção assumiria. Perante o conflito com a Comissão de Censura quanto ao programa artístico que se propunha desenvolver, e que culminaria com a proibição da representação da peça A Mãe, de Stanislas Witkiewicz, em vésperas da estreia da encenação dirigida por Artur Ramos, Luiz Francisco Rebello apresenta a sua demissão do cargo em março de 1972: “O Teatro São Luiz passara a chamar-se Teatro sem Luiz”, ter-se-á ouvido num espetáculo de revista (como nos conta na sua autobiografia O Passado na Minha Frente). No centenário do seu nascimento, a direção artística do São Luiz Teatro Municipal convida um grupo de intérpretes e criativos para a realização de uma sessão de homenagem, com a leitura de dois textos do autor: a Cronologia dos Acontecimentos relativa ao processo de censura e proibição do espetáculo A Mãe (publicada no volume A Mãe e o Processo do Espectáculo Anulado); e a peça O Mundo Começou às 5 e 47, escrita em 1946 e estreada pelo Teatro-Estúdio do Salitre no ano seguinte.
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