Nas palavras do artista é “ao amanhecer do século XVII, que Shakespeare, com a metáfora do “mundo como palco” fornece a imagem mais eloquente da interligação entre realidade e ficção que prenuncia e sugere a cultura europeia dos séculos seguintes. Um jogo de imaginação no desenho da vida.
Portanto, se, como nos conta Shakespeare, o mundo é um teatro cheio de armadilhas, ficções e enganos, é necessário abandonar o palco e encontrar um refúgio o mais distante possível dos lugares comuns, buscando a dimensão humana na incompletude do ser. Principalmente humana. Primeiramente humana.
A leveza e a transparência dos cartões de arroz – assim como os títulos que os acompanham – remetem a uma exposição que se entrelaça com o espectador e a vontade de fuga impossível. Uma Quarta Parede teatral que está entre o palco e a plateia, entre o ator e o público, numa relação horizontal entre obra e visitante. Entre o Eu e o outro.
Nessa fusão de papéis nasce o Palco. Pinturas e sinais sensíveis que se relacionam entre si, numa espécie de narrativa não explícita.
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