Diga33— Poesia no Teatro : Colóquio Gil Vicente

Embalados pela reposição de “Os Míseros – Prantos, Lamentos, Loas e Pregões”, resolvemos dedicar a Gil Vicente o primeiro Diga 33 do ano. Em colóquio a ter lugar no Grande Auditório do CCC, receberemos o encenador Fernando Mora Ramos e quatro dos mais reputados especialistas na obra dramática vicentina: Maria João Brilhante, José Alberto Ferreira, José Augusto Cardoso Bernardes e José Camões. A partir das 21h30, falaremos da vida e da obra extraordinariamente moderna daquele que dizem ter sido o pai do Teatro Português. 

O que se sabe da vida Gil Vicente pode ser resumido em meia dúzia de linhas. Terá nascido por volta de 1465, encenando a primeira peça em 1502. Foi colaborador do “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende, desempenhando na corte a função de organizador das festas palacianas. Recebeu tenças e prémios de D. João III, gozando também da protecção da Rainha Dona Leonor. Publicou em vida alguns autos em folhetos de cordel, entre eles os que foram postumamente proibidos ou truncados pela Inquisição. O seu último auto data de 1536, desaparecendo posteriormente sem deixar sinal. Para nos falar desta obra que Garcia de Resende considerou um dos notáveis acontecimentos do seu tempo, teremos connosco:
 Maria João Brilhante, do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL). Docente desde 1979 na FLUL, esteve entre os fundadores do grupo de teatro Produções Teatrais. Leccionou seminários em diferentes instituições, como, por exemplo, a Universidade de Colónia (1993), a Escola Superior de Teatro e Cinema (1999) e o Centro Universitário UNIVATES (2000). Foi coordenadora do Centro de Estudos de Teatro entre 1996-2000 e 2004-08 e coordenou a licenciatura em Estudos Artísticos – Artes do Espectáculo entre 2004-07. Organizou diferentes eventos científicos, nomeadamente na FLUL, entre os quais se destaca o Congresso Internacional Gil Vicente 500 anos depois (2002). Publicou e traduziu várias obras.
 José Alberto Ferreira, docente convidado da Universidade de Évora, lecciona disciplinas da área da história e teoria do teatro, da estética e da programação cultural. Desenvolve investigação na área do teatro, teatro de marionetas, edição, curadoria e programação. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais. Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), foi o curador português do projecto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga, dirigiu e programou os Ciclos de São Vicente, em Évora (2011-2017). Além de textos dispersos por catálogos e revistas, publicou, entre outros, o livro “Uma Discreta invenção” (2004), sobre Gil Vicente.
 José Augusto Cardoso Bernardes é Professor Catedrático na Faculdade de Letras de Coimbra, onde tem regido cadeiras no âmbito da Literatura Portuguesa do século XVI e de História do Teatro. Tem-se consagrado ainda ao ensino da literatura e à história institucional das Humanidades, enquanto área de saber. Desempenhou, entre outros, os cargos de Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (2011-2018), membro do Conselho Nacional de Educação (20011-2014), membro do Conselho Consultivo da Língua Portuguesa, da Fundação Calouste Gulbenkian (2017-2019). Foi professor visitante nas universidades de Oxford, California (Santa Barbara), Blaise Pascal (Clermont Ferrand), Valencia e São Paulo (USP). De entre as suas publicações mais relevantes, destacam-se “A Oficina de Gil Vicente” (2023), “Compêndio de Gil Vicente” (2018) e “Gil Vicente” (2004).
 José Camões é investigador Principal da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecciona no programa de pós-graduação em Estudos de Teatro. No Centro de Estudos de teatro desenvolve investigação sobre a História do Teatro em Portugal, estudos comparatistas do teatro ibérico do século de ouro e edição de teatro clássico português, produzindo ferramentas digitais para estas áreas de estudo. Como editor de teatro clássico português, tem vindo a publicar na Imprensa Nacional o teatro completo de autores portugueses do século XVI, de que é exemplo a edição das Obras de Gil Vicente (5 vols.). Prepara a edição do Teatro de Luís de Camões. As suas áreas de investigação abrangem a História do Teatro, a Crítica Textual e as Humanidades Digitais.
Informações
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Fonte: http://agendaviva.smartcityhub.pt/Detalhe-Evento.aspx?v=2&lg=1&g=58526