Dia 20 de Fevereiro, às 21h30, no Pequeno Auditório do CCC – Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, teremos oportunidade de explorar o universo inquieto de Filipe Homem Fonseca, que retrata criticamente a sociedade do nosso tempo. Numa conversa que, como é hábito, estará aberta a quem nela pretenda participar.
«O Gabriel ganhou o Euromilhões mas não consegue ir levantar o prémio porque as obras formam um muro que o impede de sair do bairro até à papelaria da Rua de Sapadores.» O bairro é a Graça, microcosmo de um país em obras, com uma sociedade envelhecida numa capital de costas voltadas para os seus. Ganha a gentrificação em prol do turismo, perdem-se as pessoas num labirinto de escombros íntimos e sociais. É este o universo literário que Filipe Homem Fonseca, próximo convidado de Diga 33 – Poesia no Teatro, vem explorando nos seus romances e na sua poesia, listando pecados e pecadores mundanos com um olhar atento à realidade. O programa de encontros com escritores, ensaístas, editores, que o Teatro da Rainha leva a cabo desde 2018 oferece-nos também esta possibilidade de perspectivar o mundo através da poesia, falando com quem a ela se dedica.
Filipe Homem Fonseca (Lisboa, 1974) licenciou-se em Publicidade, mas cedo se dedicou à escrita. Argumentista, dramaturgo, humorista, músico, realizador, escreveu para séries de televisão, rubricas de rádio, peças de teatro, documentários e filmes. Integrou a equipa das Produções Fictícias, sendo o rosto por detrás de alguns dos mais conhecidos sketches e diálogos humorísticos de programas como “Herman Enciclopédia”, “Contra-Informação” ou “Conversa da Treta”. Estreou-se no romance com “Se Não Podes Juntar-te a Eles, Vence-os” (2013), sobre um licenciado sem futuro que sobrevive do trabalho numa pastelaria. Já antes havia publicado poesia: «conta gotas» (Tea For One, 2008), ao qual se seguiram «e enquanto espero que me arranjem o esquentador penso em como será a vida depois do sol explodir» (do lado esquerdo, 2015) e “A Norte do Calendário” (Medula, 2022). Com o poeta Miguel Martins, assinou a novela “Ferro em Brasa” (Antígona, 2021). É ainda autor dos romances “Há Sempre Tempo Para Mais Nada” (Quetzal, 2015) e “A Imortal da Graça” (Quetzal, 2019). A sua obra mais recente intitula-se “diário do corifeu” (Paper View, 2023).
Dia 20 de Fevereiro, às 21h30, no Pequeno Auditório do CCC – Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, teremos oportunidade de explorar este universo inquieto que retrata criticamente a sociedade do nosso tempo. Numa conversa que, como é hábito, estará aberta a quem nela pretenda participar, partilharemos excertos dos romances, leremos poemas e escutaremos outros pecados:
«A sala de espera diminuiu, só assim se explica que esteja tão cheia, é que não pode ter chegado tanta gente entretanto, a doença e os desastres não podem ser assim tão vorazes. Todos fazemos a mesma pergunta surda a Godot,
— Se a minha urgência permite esperas, o que é que eu estou aqui a fazer?»
Filipe Homem Fonseca, in “Há sempre Tempo Para Mais Nada”, Quetzal, Julho de 2015, p. 95.
Para mais informações:
262 823 302|966 186 871| geral@teatrodarainha.pt
De segunda a sexta, das 9h às 18h, e dias de espectáculo até às 20h.
Site: https://teatrodarainha.pt/eventos/diga-33-filipe-homem-fonseca/
Fonte: http://agendaviva.smartcityhub.pt/Detalhe-Evento.aspx?v=2&lg=1&g=58562