Francisco gostava de caçar, de andar pela serra, entre as fragas e o mato. Chegava mesmo a falar com os passarinhos. António era um sonhador, um poeta. Gostava de pescar e chegava a falar com os peixes. Tinham duas coisas em comum: eram irmãos e eram pastores. Tinham tudo para ser felizes: o ar puro, a natureza, a frugalidade, as vacas e o amor das ninfas das fontes. Tudo, não, quase tudo, porque muitas vezes faltava-lhes a rede no telemóvel. Um dia, o pai disse-lhes: esta casa e tudo isto que a vossa vista alcança é terra nossa e será vossa um dia. Era mentira, claro. O pai já estava muito velhinho, mas eles acreditaram, porque toda a gente acredita naquilo que gosta de acreditar. E desta mentira original mais e maiores mentiras nasceram.
Ficha técnica
Organização: Município de Tomar (RTCP | O Paraíso faz-se à rua)
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