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Subjetividade e Transnarratividade

Subjetividade e Transnarratividade

Esta exposição surge no projeto de investigação e trabalho artístico que foi desenvolvido entre os anos de 2017 e 2021, em Portugal e no Japão, integrado na proposição especulativa do Doutoramento, "Pintura: Subjetividade e Transnarratividade", apresentado na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em 21 de Janeiro de 2022. 

A Herança artística/histórica do séc. XX, com destaque para o fim da hegemonia geopolítica, as consequências do Holocausto, o colapso psicológico, a violência latente e Individualismo crescente, acentuam uma certa ausência de sentido na representação pictórica. Em finais dos anos 80 do séc. XX, a subjetividade instala-se de uma forma totalizante, promovendo a perspetiva do futuro da pintura no abstracionismo.

O crítico de arte Hal Foster propõe, no nosso ponto de vista, uma possibilidade para delimitar a subjetividade em cada época e tempo. Os signos, a constituição dos temas das obras dos artistas e a construção das instituições artísticas que legitimam o papel, estatuto, função e obra artística, permitem completar a ideia de Gilles Deleuze: para cada época existem diferentes modos de subjetivismos e acontecem tanto no plano individual como no coletivo. A proposta do filósofo Boris Groys, sobre o estado e a produção da arte na ágora contemporânea sugere que a tendência dos temas e da relação entre os elementos visuais utilizados pelos artistas contemporâneos é serem encarados como ativismos artísticos.

A fenomenologia da pintura contemporânea não subsiste entre a representação puramente mimética ou abstrata, estética ou antiestética, espacial ou temporal. A perspetiva atual sustenta um significado para além destas dualidades, a pintura Pós-concetual é um dispositivo artístico sem fim em si mesmo.

O meu trabalho artístico tem raízes na história da arte, na crítica da arte, na estética filosófica e no arquivo político e social. Perante a dispersão dos meios pictóricos, herança dos anos 80 do séc. XX utilizo representações pré-existentes, aproprio-me de Imagens digitais de diferentes suportes e géneros audiovisuais, entre desenhos, fotografias e pequenas pinturas, num poder primitivo e autoconsciência contemporânea. Significa que a escolha dos temas e das imagens é bastante longa, mas o ato de pintar é realizado o mais breve possível sempre fresco sobre o fresco. Os temas dos meus trabalhos são motivados por interesses específicos pessoais, histórias contidas na cultura visual, artística, literária e iconográfica.

Fonte: https://www.cm-gaia.pt/pt/eventos/subjetividade-e-transnarratividade/
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