No ano da graça de 1646 ia muito longa a guerra da restauração, iniciada após a entusiástica proclamação do Duque de Bragança, D. João, como rei D. João IV de Portugal. Por entre batalhas e o padecimento do povo, que lutava pela sua liberdade e identidade, Sua Majestade resolve entregar o Reino à Virgem Maria, Nossa Senhora da Conceição, proclamando, assim, a Mão de Jesus como a verdadeira Rainha de Portugal. Desta proclamação se deu notícia em inscrições de pedra colocadas nas portas das principais localidades da pátria portuguesa, e, como consequência deste gesto filial, mais nenhum soberano usou coroa na cabeça, passando a ser retratados com a mesma numa almofada colocada ao seu lado. Vila Viçosa, terra natal d’El Rei Senhor D. João IV, e centro da devoção à Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, transforma-se, deste modo, no altar da pátria. A casa onde a fé do povo da Nação Fidelíssima se cruza com o melhor da sua longa e heróica História. Em 2022, assinalaremos os 376 anos desta consagração, tão imensamente feliz e essencial à refundação da nação, concluindo o Ano Jubilar iniciado em 2021, bem como o encerramento das celebrações dos 375 anos da Coroação de Nossa Senhora da Conceição, como Rainha e Padroeira de Portugal. Por entre a primavera que nasce e enche de flores a longa planície Alentejana, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, tal qual no Século da XVII, e com a mesma fé que foi atravessando todos estes anos da Terra Portuguesa, celebraremos este gesto e preito de devoção, oferecendo-lhe eco nos nossos corações e a oração que se solta do nosso amor filial e intemporal