A atual crise do coronavírus veio expor, com ainda mais clareza, as fragilidades do regime social em que vivemos, baseado na desigualdade, na exploração e na opressão. Voltar à normalidade implica voltar à precariedade no trabalho e na vida, significa voltar a invisibilizar todo o trabalho de cuidados que, como vimos, é crucial para a manutenção da sociedade. Voltar à normalidade implica deixar que milhões de pessoas, relegadas para segundo plano com base na sua classe, falta de rendimento, género, etnia ou orientação sexual, permaneçam sem acesso a bens essenciais, como a alimentação, água, energia e habitação. Implica deixar estas pessoas desamparadas, sem qualquer tipo de plano para um futuro digno, empurrando-as para o abismo. Por rejeitarmos o regresso à normalidade que nos trouxe ao atual estado de degradação da vida, no próximo dia 6 de Junho de 2020, saímos às ruas em manifestação pública, tomando todos os cuidados necessários, uma vez que milhões de pessoas nunca pararam de sair. Saímos à rua pela falta de planos reais para o futuro de todas e todos. Saímos porque vivemos outras crises, como a crise climática, que se agrava todos os dias e precipitará tantas outras crises económicas, sociais e sanitárias. Saímos para dizer que não basta que nos digam que não vem aí mais austeridade, precisamos de um novo projeto, um novo caminho. Saímos para dizer que não basta que nos digam que não vem aí mais austeridade, precisamos de um novo projeto, um novo caminho. Dia 6 de Junho manifestamo-nos para exigir a reconfiguração da economia para o cuidado da vida, uma transição energética justa, o repúdio da dívida, um plano massivo de empregos públicos com direitos, bem como a gratuitidade e universalização do acesso à saúde e ao ensino; e a garantia do acesso à alimentação, à habitação, à energia e a condições de trabalho dignas e igualitárias, resgatando as pessoas, e não os lucros. No próximo dia 6 de Junho ocupamos as ruas pela democracia, para contestar os rumos e a falta de rumos impostos, e pelo nosso futuro coletivo. Não ficaremos a assistir à história. Dia 6 lava as mãos, põe a tua máscara e junta-te à luta! Para saber mais e consultar o nosso manifesto, visita o website: https://resgatarofuturo.pt Se pertenceres a uma organização que quer subscrever o nosso manifesto, envia um email para: resgatarofuturo@riseup.net Consenso de Acção Sairemos porque há milhões de pessoas que nunca pararam de sair, e não deixaremos que estas pessoas voltem a ser postas atrás de uma cortina de desprezo e desvalorização, num contexto de crise económica e social acompanhada pela crise climática. A nossa manifestação é pública e todas as pessoas que não pertençam a grupos de risco da COVID19 nem estejam em vigilância activa, são bem-vindas para participar. O alinhamento político e o nosso comportamento durante a manifestação seguirão o manifesto da mesma. O percurso e os moldes da manifestação serão decididos em função da situação sanitária e das crises sociais e económicas que a têm acompanhado. A nossa acção transmitirá uma imagem de segurança, combatividade e criatividade. Vamos observar os cuidados necessários para assegurar condições de segurança a todas as pessoas, construindo Equipas de Cuidados, tendo em atenção o antes, o durante e o fim da manifestação. Vamos seguir as directrizes de saúde pública, respeitando o distanciamento físico e tendo máscaras e desinfectantes disponíveis. Para facilitar a execução, pedimos-te que tenhas os cuidados que já costumas ter no dia-a-dia, e que leves a tua máscara, um gel desinfectante e o teu cartaz com a mensagem que queres transmitir. Não ficaremos a assistir à História, criaremos a nossa História. _____________________________________________________ Subscritores (em atualização): - 2degrees artivism - A Coletiva - Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis - Biogleba - Brigada Estudantil - Circular Economy Portugal - Climáximo - Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira de Lisboa - Coletivo Feminista de Letras - Cooperativa Mula - Fábrica de Alternativas - Feminismos Sobre Rodas - GAAL – Grupo de Acção Antifascista de Lisboa - Greve Climática Estudantil – Lisboa - HeForShe Portugal - HuBB - Humans Before Borders - Movimento Cannabis - Movimento do Centro contra Exploração de Gás - Mulheres na Arquitectura - Rés do Chão - Associação pelo Direito à Habitação - SORO Collective - SOS handling - SOS Racismo - Sindicato dos Trabalhadores de Call Center Tás Logado? - Tipping Up - Plataforma TROCA - Por um Comércio Internacional Justo - UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta
