Galeria Municipal Pavilhão Branco
Campo Grande, 1600 Lisboa, Portugal - Lisboa Ver website
As Galerias Municipais inauguram no PAVILHÃO BRANCO, no próximo dia 21 de setembro, às 17h, a exposição de DANIEL BLAUFUKS, "Hoje, nada", com curadoria de Sérgio Mah. "Hoje, nada" (resumo de um dia por Cesare Pavese em Oficio de Viver) é uma exposição que reúne um conjunto muito diversificado de fotografias e objectos – de várias séries anteriores e algumas obras inéditas – que nos dão a ver lugares, coisas, gestos imobilizados, e imagens que assinalam modos de inventariar e arquivar. Destacam-se os planos fechados e aproximados, à distância de uma mão, de um corpo. Podemos encará-las como imagens vagas, difusas, esquivas, que parecem procurar contornar o seu referente. Ou podemos simplesmente assumi-las como asserções do carácter factício, precário e parcelar da imagem. Sem obedecer a nenhum fio cronológico ou narrativo, estas obras surgem como peças de uma realidade necessariamente fragmentária, desconexa e centrifuga. Um mundo em suspenso e sem horizonte, onde quase tudo está fora de campo. Neste contexto, torna-se ainda mais evidente a atracção de Daniel Blaufuks pelos domínios do literário e do cinemático enquanto categorias fortemente conectadas com o exercício especulativo e ficcional, com o valor de indeterminação das obras enquanto formas e meios legítimos (e necessários) de representar e interpelar a realidade, reforçando as potencialidades da imagem enquanto signo que veicula o tempo enquanto imersão. Sobre o artista A obra de Daniel Blaufuks releva uma peculiar mistura entre (auto)biografia e análise histórica, viagem e registo diarístico, factografia e ficcionalidade, predisposições de uma atitude artística e meditativa sobre as realidades que habitamos e sobre o passado que as afecta, entre o colectivo e individual. Através da anotação de momentos, espaços e objectos da vida quotidiana, frequentemente submetida à articulação entre o valor histórico e o potencial rememorativo da fotografia, o trabalho de Daniel Blaufuks distingue-se também por uma persistente reflexão sobre a natureza e o potencial perceptivo da imagem. No seu trabalho utiliza principalmente a fotografia e o video, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. O seu documentário Sob Céus Estranhos foi apresentado no Lincoln Center em Nova Iorque. Expôs no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), no Palazzo delle Papesse, Siena, na LisboaPhoto, Centro Cultural de Belém (Lisboa), na Elga Wimmer Gallery (Nova Iorque) e na Photoespaña (Madrid), onde o seu livro Sob Céus Estranhos recebeu o prémio de melhor edição internacional do ano de 2007. Neste ano foi galardoado igualmente com o prémio BES Photo. O seu livro Terezín foi publicado pela editora Steidl, Göttingen. Em 2011 expõs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e já em 2014 no Museu Nacional de Arte Contemporânea em Lisboa. Em 2017 ganhou o Prémio AICA-MC Artes Visuais 2016, atribuído pelas exposições Léxico, realizada na Bienal de Vila Franca de Xira, e Tentativa de Esgotamento, realizada na Galeria Vera Cortês. A exposição pode ser vista de terça a sexta-feira, das 14h30 às 19h e ao sábado e domingo das 10h às 13h e das 14h às 18h, até 24 de novembro. PROGRAMAS PÚBLICOS Sáb., 5 outubro – 17h Visita Guiada por Daniel Blaufuks e Sérgio Mah Sáb., 23 novembro – 17h Conversa com Daniel Blaufuks, Sérgio Mah e Tobi Maier
Campo Grande, 1600 Lisboa, Portugal - Lisboa Ver website