21:30 até às 22:30
Alexandrina - Um lugar comum

Alexandrina - Um lugar comum

Melodrama: Teatro entrecortado com música.
Exercício final inserido em tese de Mestrado em Artes Cénicas, vertente Interpretação e Direção Artística, da ESMAE.

Este projeto surgiu no contexto do desenvolvimento paralelo, ao longo dos últimos trinta anos, de um percurso profissional na área da mobilidade sustentável e de uma atividade na área do teatro. O teatro sempre ocupou um lugar alargado e central e originou por isso um conjunto de documentos que foram organizados num arquivo. Através desse arquivo afirma-se que os temas e os projetos desenvolvidos nestes dois percursos acabaram por estar, a determinada altura, relacionados - influenciando-se mutuamente no que ia sendo produzido e proposto - e que mesmo memórias de teatro mais recuadas influenciavam perspetivas sobre a vida e a sociedade. Deste namoro foram surgindo novas questões, novos estímulos e novos projetos. Como falar disto através do teatro?
E então surgiu a Alexandrina. Uma personagem descentrada do sujeito, que pode ser interpretada por ele, e através da qual surgem de forma direta e indireta momentos do arquivo de teatro, as questões associadas à mobilidade sustentável e novas questões referentes à própria personagem, tal como as questões de género e de uma forma global, de desigualdade social. E sobretudo, surge através desta personagem a importância da arte de uma forma geral e do teatro e da música em particular, numa vida mais informada, imaginada, participativa e feliz.

Alexandrina tem 64 anos e o seu marido, que era caixeiro viajante, já morreu há algum tempo. Ainda trabalha, como governanta, na casa de uma família no centro da cidade. Mora nos arredores e tem de apanhar um autocarro para ir trabalhar. Usa a bicicleta entre a sua casa e a paragem e vai a pé até casa da patroa quando chega à cidade. Nunca tirou a carta. Nunca chegou a completar a quarta classe. Há algum tempo resolveu ir para um grupo de teatro e expressão dramática para todos, como diz a professora, que acontece todas as terças feiras no lugar onde vive. Com algumas dificuldades e por sugestão da professora, começou a escrever sobre o que acontece à sua volta, para que as suas ideias, sentimentos e recordações possam vir a integrar um espetáculo de teatro. Desde então a sua vida nunca mais foi a mesma. O teatro e todos os estímulos que a ele estão associados estão a transformá-la e Alexandrina tem muito para dizer, sobre coisas que interessam a muitos de nós. Passou a ter outros sonhos também. 

Alexandrina vai ensaiar pela primeira vez a exposição das suas ideias e recordações num teatro da cidade, onde, no final do ano, o espetáculo acontecerá. O músico que está a compor para o espetáculo aproveita também para ensaiar. Alexandrina traz a sua bicicleta pasteleira para cima do palco.

Orientação Académica:
Sónia Passos (Orientação)
Claire Bynion (Co-orientação) 

Ficha Artística:
Autores:
Texto: Ana Salgueiro
Música: Diogo Santos
Interpretação: Ana Salgueiro e Diogo Santos
Interpretação Musical: Diogo Santos
Desenho de Luzes e Luminotecnia: Vitor Correia
Encenação, Cenografia e Figurinos: Ana Salgueiro 
Assistente de Encenação e Assistência Vocal: Pedro Nuno Figueira
Imagem e cartaz: Lara Teang
Produção: Ana Salgueiro, Musa e Efémero
Apoios: ESMAE, Estaleiro Teatral e Musa
Agradecimentos: Luis Ribeiro, Lurdes Andias, Ricardo Correia, Pedro Sottomayor, Primeiro Balcão e Teresa Nogueira.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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