TRABALHO CAPITAL # ENSAIO SOBRE GESTOS E FRAGMENTOS Uma exposição-instalação comissariada por Paulo Mendes a partir da coleção Norlinda e José Lima “A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento.” (Milan Kundera) “A cultura é a regra, a arte é a excepção. Faz parte da regra querer a morte da excepção.” (Jean-Luc Godard) Nesta exposição-instalação coloca-se em diálogo a coleção Norlinda e José Lima com novas obras realizadas para este projeto, outras já produzidas e, igualmente, material documental e técnico do espólio museológico industrial relacionado com a história da Fábrica Oliva. Pretende-se convocar a memória histórica, social e política da Oliva, confrontando-a com o nosso tempo e o atual espaço expositivo. A convocação desse património material e imaterial será uma das componentes importantes deste projeto, tendo como premissa aqui reunir trabalhos que estejam de forma mais direta ou indiretamente relacionados com algumas ideias e conceitos que podemos inventariar e debater com a ideia de TRABALHO. Nesta Fábrica, fundada nos anos 20 do século passado e definitivamente fechada em 2010, existe agora um espaço cultural. Aqui assistimos à fragmentação e recomposição de um espaço fabril, que permite novos usos e sentidos performativos. Numa cidade com um grande parque industrial deseja-se não obliterar essa memória, mas convocá-la para este projeto, que vai confrontar os habitantes da cidade e os visitantes que chegam de fora com uma realidade industrial passada e presente. A ocupação de uma antiga Fábrica por um projeto cultural levanta questões sobre a relação entre trabalho e cultura, entre valores materiais (produção de capital) e imateriais (produção de cultura). Nesta exposição-instalação, a memória do espaço de trabalho, fabril e industrial será reativada através de documentação fotográfica e fílmica. Realizar-se-á um conjunto de entrevistas a antigos operários, iniciando, assim, um arquivo oral e de vídeo a exibir na exposição como forma de devolver a Fábrica Oliva à cidade e restabelecer uma ponte com o passado. A cenografia da exposição irá remeter para um espaço industrial em (re)construção, evocando-se as reminiscências do passado industrial em confronto com a produção contemporânea de cultura. A materialização dessas memórias é realizada através de propostas de transformação e práticas espaciais que exploram leituras interdisciplinares do património arquitetónico e dos espaços pós-industriais, mobilizando-se a participação das artes visuais, arquitetura e imagem em movimento. Pretende-se aprofundar, na sua pesquisa, diferentes ferramentas da antropologia, história ou arqueologia, através da pesquisa de terreno ou da documentação em arquivo. Neste projeto, vai-se explorar diversos tipos de achados – objetos, materiais, imagens e estruturas espaciais – convidando criadores e investigadores a explorar a dimensão cultural do espaço físico pós-industrial. 13 DE ABRIL 2019__SÁBADO_21:30H _ INAUGURAÇÃO _ PERFORMANCES _ DJSET