A UMAR Coimbra convida-vos para esta Oficina de Teatro das Oprimidas (T.O.) inserida no Projeto CAMI - Capacitar para Melhor Intervir e com o apoio do TEUC, do GEFAC e do programa de Estudos Feministas da FLUC/UC. Serão exploradas algumas técnicas de T.O. para trabalhar questões de género, particularmente a Violência de Género. Mediação: Roberta Scatolini Sobre o Teatro do Oprimido “Augusto Boal iniciou sua trajetória de teatrólogo no Brasil no ano de 1953, em São Paulo, como diretor na Companhia de Teatro de Arena (1953- 1972). Foi na interação com diferentes públicos, de diversos lugares, que concebeu gradativamente as ideias do Teatro do Oprimido (TO) [ que nesta oficina se transforma em Teatro das Oprimidas, pois terá um enfoque nas questões relacionadas com as violências sofridas pelas mulheres.] O Teatro do Oprimido parte da premissa de que todos os seres humanos são atores/atrizes porque agem e espectadores/as porque observam (BOAL, 1996) e propõe um conjunto de jogos, exercícios e técnicas que pretendem oferecer elementos para que qualquer pessoa tenha condições de exercer sua capacidade expressiva e, por meio da ação teatral, ensaie futuras ações para transformação da vida real. Para Boal “O teatro nasce quando o ser humano descobre que pode observar-se a si mesmo: ver-se em ação. (...) Percebe onde está, descobre onde não está e imagina onde pode ir”. (BOAL, 1996, p.27). Nesse sentido, o TO é uma prática teatral que busca proporcionar aos sujeitos, atores e não atores, um melhor conhecimento de si e do mundo, na perspectiva de transformarem esse mundo num lugar mais justo e propulsor de felicidade. Segundo seu criador, os dois princípios fundamentais do TO são a “transformação do espectador, [neste caso da espectadora] em protagonista da ação teatral e a tentativa de, através dessa transformação, modificar a sociedade e não apenas interpretá- la” (BOAL, 1998, p.319), numa transição de objeto passivo para sujeito da ação transformadora. Dessa maneira, a técnica proposta pretende oferecer condições para que as oprimidas se apropriem da prática teatral e, a partir disso, ampliem sua capacidade de expressão.” (In: Scatolini, R. Um estudo da Corporiedade com Educadores: Uma experiência com o Teatro do Oprimido. Dissertação de Mestrado. PUC/SP:2012) Sugerimos que estejam com roupas confortáveis e meias quentinhas que permitam mais condições de entrar em contato com a corporeidade individual e coletiva. Se tiverem escritos pessoais, imagens, poesias, trechos de narrativas que sejam significativos sobre a experiência da violência de género tragam que serão bem-vindos à roda. Com o objetivo desta oficina ser um momento de continuidade do nosso projeto Des(a)fiar a Violência Sexual no meio académico, as ZINES I e II que resultaram do mesmo serão também utilizadas como materiais de trabalho da Oficina. Com o intuito de criar um espaço seguro este evento destina-se a mulheres e pessoas trans. INSCRIÇÕES: Poderão enviar a vossa inscrição para o endereço capacitarmelhorintervir.umar@gmail.com LIMITE DE PARTICIPANTES: 20 pessoas Roberta Scatolini é educadora popular, formada em teatro e psicologia e Mestre em Educação com estudos de Corporeidade e Teatro do Oprimido. Atualmente é doutoranda em Estudos Feministas na FLUC/UC.