Teatro Nacional D. Maria II - Entre a Rua, a Cidade e o País Dia 22 de fevereiro | 17:15 - 18:30 Sala C103 | ISCTE-IUL Entrada Livre Teatro Nacional D. Maria II Com: Tiago Rodrigues, Director Artístico Comentário: Maria João Brilhante, Fac. de Letras-UL ::::: Notas Biográficas Tiago Rodrigues (Lisboa, 1977) Actor, dramaturgo, produtor teatral, encenador, Tiago Rodrigues é o Diretor do TNDM II desde 2014. Reconhecido nacional e internacionalmente, foi desde 2003 o director artístico da estrutura Mundo Perfeito, que partilhava com a produtora Magda Bizarro. Frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema em 1998 começou a trabalhar com a companhia belga STAN, tendo co-criado e interpretado espectáculos em inglês e francês apresentados em mais de 15 países. No início da sua carreira como actor colaborou com os Artistas Unidos e com a SubUrbe. Participou em vários programas de televisão, como "Zapping", e trabalhou como argumentista para televisão com as Produções Fictícias e como cronista em vários jornais (Diário de Notícias, Expresso e A Capital). Foi professor convidado na escola de dança contemporânea PARTS, em Bruxelas, dirigida pela coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker. Deu aulas em diversas escolas de teatro e dança em Portugal (Universidade de Évora, ESMAE, Balleteatro e Escola Superior de Dança de Lisboa) e, no estrangeiro, no mestrado "The Autonomous Actor" em Estocolmo. No Mundo Perfeito criou inúmeros espectáculos, produzidos por prestigiados festivais como o Alkantara Festival ou o Festival d'Automne (Paris), e fazendo digressão em países como Portugal, Bélgica, Brasil, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália, Líbano, Noruega, Reino Unido, Singapura, Suécia e Suíça. Além de co-criações internacionais como "Berenice", com os STAN ou "Yesterday's Man" com os artistas libaneses Rabih Mroué e Tony Chakar, T. Rodrigues levou à cena textos inéditos de autores internacionais como Tim Etchells ou Nature Theatre of Oklahoma, tal como textos de autores portugueses, entre os quais José Luís Peixoto, Jacinto Lucas Pires, José Maria Vieira Mendes, Miguel Castro Caldas. Também com o Mundo Perfeito, criou e coordenou os projectos "Urgências", no âmbito da nova dramaturgia portuguesa, e "Estúdios", dedicado à colaboração artística entre criadores portugueses e estrangeiros. Criou mais de 30 espectáculos entre 2003 e 2014, dos quais destacamos: "Se uma janela se abrisse", "Tristeza e alegria na vida das girafas", "Três dedos abaixo do joelho", "By Heart", "Bovary" e "António e Cleópatra". Em 2010, mereceu uma nomeação para Melhor Espectáculo do Ano pela SPA. Em 2012 uma das suas criações, "Três dedos abaixo do joelho", foi premiada na categoria de Melhor Espectáculo de Teatro 2012 pela SPA e pelos Globos de Ouro. Além do seu trabalho pessoal, Tiago Rodrigues colaborou como dramaturgista e autor de textos em três obras do coreógrafo Rui Horta e também como dramaturgista e tradutor dos textos de Rodrigo Garcia para os criadores Ana Borralho e João Galante. Como actor e argumentista para cinema e televisão, colaborou com realizadores como Tiago Guedes e Frederico Serra, João Canijo, Bruno de Almeida e Marco Martins, entre outros. Em "Mal Nascida", de João Canijo, filme seleccionado para a competição oficial do Festival de Veneza, a sua interpretação valeu-lhe o Prémio de Melhor Actor Secundário de 2008 da GDA. Escreveu o argumento e também foi actor na mini-série "Noite Sangrenta", vencedora do prémio de Melhor Ficção Televisiva da SPA e nomeada para o prémio de Melhor Mini-série no Festival Internacional de TV de Monte Carlo. Tiago Rodrigues desenvolveu também projectos artísticos comunitários como uma oficina de escrita criativa com menores detidos em centros educativos. Escrevee e dirigiu o espectáculo "Bela Adormecida" com actores e bailarinos maiores de 60 anos, dando origem à Companhia Maior; escrevendo o texto "A mulher que parou" para o projecto de teatro desenvolvido pela associação Alkantara no bairro da Cova da Moura; escrevendo também o texto "Coro dos maus alunos" para o projecto PANOS, da Culturgest, que foi levado à cena por mais de uma dezena de grupos de teatro escolar em todo o país e também encenado e premiado pela Cia. Arthur-Arnaldo de São Paulo, no Brasil; ou coordenando a criação de uma peça colectiva por estudantes do secundário acerca do tema Governar, em colaboração com o Teatro Maria Matos. Muito ligado à ideia do "teatro feito com todos" (Jornal de Letras, edição de 2015, dedica-lhe um dossiê completo), a sua última peça destacou-se pela forma como tratou uma das profissões teatrais mais invisíveis (veja-se o seu Sopro de 2017 em torno do(a) último ponto do teatro), desafiando as esferas públicas e privadas, e até a história do Teatro Nacional D. Maria II. Maria João Brilhante (Lisboa, 1956) É Professora Associada na Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa, onde leciona desde 1979. Foi coordenadora do Centro de Estudos de Teatro (criado com Osório Mateus) entre 1996-2000 e 2004-2008. Investigadora responsável pelo projecto de edição electrónica de Textos de teatro de Autores portugueses quinhentistas, financiado pela FCT (POCTI). Co-responsável pela coordenação (em Portugal) com a Profª Maria Helena Werneck do projecto de investigação Texto e imagem: Perspectivas críticas para investigação em Artes Cénicas, desenvolvido no âmbito de um convénio CAPES/FCT em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-Unirio e a Universidade de São Paulo (2008-2010). Foi ainda coordenadora da licenciatura em Estudos Artísticos-Artes do Espectáculo, da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa (2004 a 2007). Actualmente, dirige o Mestrado e o Doutoramento em Estudos de Teatro, da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa. Algumas das suas publicações mais reconhecidas mostram-nos a pesquisa (e o gosto) pelo texto de teatro (tem inúmeras traduções), mas também a reflexão em torno dos modos de funcionamento nas artes do palco, e a importância da imagem para o reconhecimento da arte teatral. Destacam-se: "Cultura visual e representação imagética do actor: Luisa Todi, um caso ímpar em Portugal e na Europa", in Texto e Imagem: Estudos de teatro, org. c/ Maria Helena Werneck, Rio de Janeiro: 7Letras, pp.187-205 (2009); Teatro e Economia. Desafios em Tempo de crise, org. c/ F. Rayner, M. Almeida. Lisboa: BichodoMato/TNDM II (2011); Teatro e imagens, org. c/ P. Magalhães e F. Figueiredo. Lisboa: Colibri 2011, Imagens de uma ausência. Modos de (re)conhecimento do teatro através da imagem, org. c/ P. Magalhães e F. Figueiredo. Lisboa: Colibri (2012), "Uma aventura ligada pelo oceano: estudar as rotas de teatro entre Portugal e Brasil" in M. Helena Werneck e Â. Reis (org.), Rotas de Teatro entre Portugal e Brasil. Rio de Janeiro: 7LETRAS, pp. 7-18 2013; "Hamlet et la scène moderne au Portugal: texte et image à la fin di XIXème siècle", in Picturing drama. Illustrazioni e riscritture dei grandi classici, dall'antichità ai nostri giorni, S. Pietrini. Alessandria: Edizioni dell'Orso (2014); (coord.) Teatro Nacional D. Maria II. Sete olhares sobre o teatro da nação. Lisboa: TNDMII/INCM, TNDM II/Bicho do Mato (2015). Responsável por inúmeras traduções de peças de teatro levadas a cena: A disputa de Marivaux para o Teatro Nacional D. Maria II Madame de Sade de Mishima para o Centro Cultural de Belém Dependências de Agnès Jaoui e Jean Pierre Bacri Amor, verdade e mentira a partir de La Fausse Suivante de Marivaux para o Teatro dos Aloés, Festival Internacional de Teatro de Almada O Triunfo do Amor de Marivaux para a Companhia Assédio, Teatro Nacional de S. João Os Juramentos indiscretos de Marivaux, para o Teatro dos Aloés, Teatro Nacional de S. João e Companhia de Teatro de Almada. Foi co-fundadora do grupo de teatro Produções Teatrais (1979-1989), onde desenvolveu a actividade de produtora executiva. Foi também Crítica de teatro no Jornal de Letras (1981-1984) e do Público (1989-1990), da revista Sinais de Cena (desde 2005). São inúmeras as conferências e comunicações que é convidada a apresentar em França, Brasil, Polónia, República Checa, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Itália e várias instituições em Portugal. Ultimamente, apresentou Considerações sobre educação artística em Portugal no Encontro Nacional sobre Educação Artística promovido pelo Ministério da Educação (2007), foi Responsável pela Exposição O que é o Teatro? encomendada pela Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura (2007-2008), com circulação nacional e internacional. Coordenação das Exposições "Gil Vicente na 1ª Ordem" (Abril-Junho de 2010) e "Da Monarquia à República: o D. Maria visto por dentro" (2010-2011) no Teatro Nacional D. Maria II. Destaca-se ainda a organização do Congresso Internacional Gil Vicente 500 anos depois (2002) na FLUL; as Jornadas História do Teatro e Novas Tecnologias (2005) na FLUL; o Colóquio Internacional Theatre and Translation. Contact stages (2006) na FLUL; o Colóquio Internacional Harold Pinter: Encontros (2007) na FLUL; o Colóquio Internacional Memórias de um Ausência: modos de (re)conhecimento do teatro através da imagem (2011) na FLUL. Foi Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II de 2008 a 2011.