Uma grande festa dos livros, da cultura e do pensamento livre. A apresentação é assegurada pela autora Márcia Aires Augusto, professora de Português, Literatura e Filosofia, comentadora de literatura e filosofia ao serviço da consciência humana na Rádio Barca FM, poetisa publicada, terapeuta mas, acima de tudo, amante de seres humanos. Podem lê-la mais e melhor aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BRSOMnE258M O evento conta com a presença dos fabulosos músicos Sara Sousa, na voz, e Olavo Tengner Barros, na guitarra, ambos elementos do trio Bossamiga e dos BeJazz. A Sara, por seu turno, também vocalista dos Allma. Podem conhecê-los aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BRSOMnE258M Finalmente, porque o corpo também precisa, temos um menu de canapés com harmonização de vinhos, escolhidos pelo Chef André Teixeira, que podem conhecer aqui: https://www.instagram.com/comesemamas/ Ah... e, claro, bolo de aniversário :) A entrada é livre e o Amor é Total. Venham. <3 Sobre a obra, segue o texto abaixo... num dia triste, mas também verdadeiro, mais despojado. Obrigada! Márcia Um ano depois, o "Elas do Avesso" ganhou formas... múltiplas, metamorfoseadas na despersonalização das máscaras, de objetos de culto que autora foi perdendo (de que se foi desfazendo, porque não precisa mais deles). O #ElasDoAvesso ficou mais verdadeiro, mais sério, mas também mais humorado, menos "importante", altivo, mais despojado do que já não serve, da maquilhagem extra. Como diz António Lobo Antunes, é preciso limpar a gordura, a carne, até chegar ao osso, deixar só o que realmente importa... Ainda temos muita gordura, muita carne para tirar às frases, aos versos e a tudo o que sobeja e não serve, mas fazemos esse caminho, mais conscientes, menos mascaradas, menos arquetípicas, menos defendidas, mais vulneráveis e prontas a desfazerem-se, porque há uma essência que não morre, que é invulnerável à massa humana, que magoa, corrói, dilacera e, às vezes, as cortou aos pedaços. Foi também por isso que perceberam que não adiantava mais quererem ser perfeitas sob a forma de palavra, moldar a expressão e lamber o alcatrão do discurso... nada irá ser bom o suficiente para os outros se não for verdadeiro para elas - que sou Eu, partida em mil, unida no Todo que me leva. Abandonei, tento - estou consciente disso, pelo menos - abandonar o teatro, o joguete, a segurança ignóbil de ser perfeita, de ser aceite por quem lê... isso deixou de contar, porque se contasse, eu seria obrigada a desistir. E eu nunca desisti. Este é um livro sobre a Verdade, a minha, um passo para ela, pelo menos. Não quer ser Saramago nem autores de casta ou nobiliarquia, se é que a Arte conhece isso... quer meramente Ser, deixar-me ser quem eu sou... sou eu a bater à porta de mim, desesperada para entrar, para viver a minha vida, de acordo com aquilo que me faz bem, que é Verdade em mim... É um livro também de dizer c#, de dizeres complexos, de ditos filosóficos, de construções sintáticas de que me orgulho... mas é, por outro lado, um livro de mim a despir-se de mim, da minha carne mórbida a cair, de pele em farelo que já não é minha, é um livro que traz as minhas pernas ao léu, que é mal entendido, que é conotado com sexo, quando há apenas três textos sobre o tema (em 202 páginas)... sinto que é um livro muito mal compreendido, porque eu própria não o compreendi, não o amei, não o acolhi como ele é... apontei-lhe o dedo vezes de mais, gozei com ele, envergonhei-me do meu trabalho, por achar que ele não é suficiente... maltratei-o... fiquei sempre à espera de fazer melhor, de ser melhor... de me perdoar por não ser tão boa quanto eu achava que devia ser... hoje, ponho-me no estendal, de peles e carne viva ao dependuro... desistente da causa extenuante de ser perfeita... Um ano depois, eu percebi que só quero ser eu, viver a minha vida, livre do que os outros acham ou deixam de achar... mas, para isso, eu vou ter de me aceitar como eu sou, aceitar-me é um passo chamado amor incondicional... espero que 2018 e este dia, 11 de fevereiro, em que se celebra o aniversário do meu primeiro livro, me ensinem isso de me amar incondicionalmente... independentemente do aplauso, de uma sala cheia ou de uma sala vazia... porque o auditório, o único que realmente importa, sou eu, e eu confesso que passei muito tempo sem lhe dar ouvidos. Esta é a festa da Liberdade... da minha liberdade. De Ser quem EU SOU, de me libertar dos cárceres... mais um bocadinho. Para o ano serei outra... mas, agora, bastam-me 2018, a Casa Allen, a Sara Sousa a cantar, a minha mãe, o meu pai e os meus amigos. O resto é bónus e acho que já sou bem abençoada por conseguir manifestar mundo fora de mim. Isso já é uma grande capacidade de cocriar... e eu acho que tenho feito o meu papel. Não tão perfeito como eu gostaria, mas isso é costura do ego e, cá entre nós, às vezes, ele é um grande filho da p#. Este não é um evento de intelectualidade, é uma comemoração da verdade despojada de uma humana que tenta ser Ela no mundo. Isso foi, tem sido, o maior ato de coragem que tive até hoje. E sou grata por isso. Neste dia, contamos comigo, um livro, a Sara e a Voz em animismo, essa magia que ela faz, chamada música, Vinho, porque é fevereiro e o tinto sempre me aquece, uma sala bem ao meu estilo (entre o maneirista, o barroco e o rococó) e umas horas de verdade nos joelhos e nos olhos. Será um momento de balanço festivo do que foi, a par da apresentação do livro Elas do Avesso com os meus olhos novos,bem como de novos projetos e eventualmente algumas surpresas. A quem vier, obrigada! <3 Obrigada à Casa Allen, à Casa das Artes, à @DRNC, ao Ministério da Cultura e à Paula Joana Guimarães, que mediou todo o processo com as instituições. Obrigada à Prestibel e ao sr. Vítor pela rápida resposta. Ao mundo em mim, a Deus, ao Espírito Santo em realidade manifestada, obrigada. Márcia Aires Augusto