Entrada: €3,00 Local: Quina das Beatas CAEP, Portalegre Hora: 22h --- PANADO, Lisboa (rock/garage/fuzz) E depois da espera, lá chegou a bonança. Formados pelo Diogo na guitarra e na voz, Lourenço no baixo e na voz, e Bernardo na bateria, os Panado utilizaram o seu 2016 da melhor forma, fazendo o máximo de barulho possível por metro quadrado e a feliz consequência está prestes a sair cá para fora. Sem antecedência de aviso ou um EP para quebrar o gelo, os Panado dizem agora olá ao (sub)mundo, com "Juventude Coxa". Sediados na Amexoeira, mas com as asas viradas para o mundo, é lá que chateiam os vizinhos e todos os mecânicos das redondezas. Depois de assegurarem que os mais diversos palcos deste país tinham apoio lombar, a jovem banda acampou por breves momentos nos Estúdios King (Hey Pachuco!) durante o passado Inverno, e com a ajuda do seu fiel companheiro Cláudio Fernandes, (PISTA, Nada-Nada, Cangarra entre outros), regurcitou o seu primeiro longa-duração. "Juventude Coxa" são 3 putos, 8 músicas e tudo o que ficou pelo meio. Mais do que músicas são canções. E mais do que canções, são malhas. São 35 minutos de feedback, distorção e esquizófrenia latina. Com mais ouvidos que barriga, os Panado presenteiam-nos com uma viagem alucinante ao rock sónico dos anos 90, misturada numa nuvem de delay e melodias hipnóticas, onde o ritmo, a cor e a atmosfera das suas canções tornam "Juventude Coxa" num teatro sonoro especial. Depois de estremecerem vários palcos nacionais (desde o Café Au Lait no Porto, até à SHE em Évora, do Barreiro Rocks 2016, ao Musicbox, passando também pelas Cartaxo Sessions ou pelo Sabotage), a jovem banda perdeu a "Preguiça" (https://www.youtube.com/watch?v=qAV9j80JFvE) e lançou assim o 1o single, que seguida de “Cerca” (https://www.youtube.com/watch?v=XSqoMu2Ytpw), serviram para deixar água na boca até ao mais hidratado melómano. bandcamp: https://ospanado.bandcamp.com --- VEENHO, Lisboa (garage/rock) É por ouvir bandas como Veenho que sei que a música feita em Portugal está viva, de pulso bem forte, criativa e sem rodeios, despreocupada em ser comercial ou chegar às massas. O que sinto em Veenho, especialmente por aquilo que já pude comprovar ao vivo, é que o importante é fazer, ter hipótese em tocar ao vivo para logo a seguir produzir novas canções e registá-las rapidamente, pois o tempo não perdoa e daqui a pouco toca a campainha para o último recreio. No segundo EP, com selo da Hatsize em colaboração com a Xita Records, estão canções que gritam a emergência juvenil, mas que não têm necessariamente de ser punk rock. Há aqui electricidade, sim, muita distorção, velocidade e algum lo-fi à mistura, pois nem tudo tem de ser perfeito e soar a uma mega produção. Percebe-se logo pela entrada tensa de Restelo Goths (grandioso título, já agora), com o feedback da guitarra a pontuar o ritmo, com pandeireta e tudo. A música cresce numa perfeita introdução ao disco, à medida que os próprios músicos dizem adeus à adolescência e se embrenham na busca pelo som ideal para ilustrar o que lhes vai na alma. A introdução dá lugar a músicas de rajada (ao todo são sete faixas), aparentemente atiradas para a fita sem rei nem roque, mas com a pertinência de quem tem histórias simples para contar, seja ir à praia e sentir a areia nos pés e os amigos à volta, seja cantar sobre os sonhos que tardam em chegar. E aqui o grande sonho é o rock no seu estado de alma mais puro, como já era evidente no registo anterior, “Veenho”, EP lançado em inícios de 2017. Canções rápidas, curtas e directas. Alguém andou a ouvir em loop o disco ao vivo “It’s Alive” dos Ramones… Não é pelo punk, é pela vontade em viver e experienciar tudo e rapidamente. E esse é o verdadeiro sonho dos Veenho e da sua música. Com o novo EP, a ambição é maior, nem que seja pelo título, com o “E” a ser repetido mais uma vez… “Veeenho”. Os Veenho vieram claramente para ficar e o ano de 2018 promete ser, não de consagração (muito datada esta expressão) mas de presença mais acentuada nos palcos, pois a seguir a este EP, serão mais aqueles a berrar pelas suas canções e a abanar o corpo suado em dança esquizofrénica lá junto ao palco. Sei que eu estarei por lá a fazer de conta que os anos não passam... Texto por Tiago Castro bandcamp: https://veenho.bandcamp.com