Museu Bernardino Machado
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A contra-revolução monárquica foi vista pelos partidos republicanos como ameaça permanente aos destinos da república, mesmo quando não o era. Esta instrumentalização política e ideológica foi-se ajustando em função dos contextos. Na primeira fase, até 1914, os movimentos contra-revolucionários eram naturalmente combatidos como «perigo monárquico». Apesar do discurso unânime em torno da defesa do regime, várias questões foram modelando divergências, como a questão do adesivismo, a criação de tribunais especiais e a amnistia como política de apaziguamento. A partir de 1914, a questão da beligerância dividiu os partidos republicanos e a sociedade portuguesa, entre intervencionistas e não intervencionistas. Os movimentos revolucionários dos monárquicos não escaparam ao anátema do «perigo germanófilo», com que rapidamente se interpretaram os vários movimentos, incluindo os que deram origem aos governos de Pimenta de Castro e de Sidónio Pais. A partir de 1919, a pulverização do sistema político-partidário da república é acompanhada pela integração da Causa Monárquica no sistema político republicano. Os manejos conspirativos do exército, que culminaram nos movimentos de 1925 e 1926, seriam atribuídos aos monárquicos e a uma nova ameaça, o «perigo conservador» ou «ditatorial» de feição nacionalista.
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