Espectáculo para maiores de 3 anos Bilhetes adquiridos no local, no dia do concerto Adultos: 5 Crianças (até aos 10 anos): 2,5 ------------------ Lusco-Fusco Sede como o pássaro que pousa um instante, Em raminhos bem frágeis, O sentir que dobram não impede que cante, Pois sabe-se com asas ágeis. Chants du Crépuscule, Victor Hugo O lusco-fusco é aquele momento em que, no poente ou no nascente, o céu próximo do horizonte toma uma cor gradiente entre o azul do dia e o escuro da noite… onde os tons de laranja e de roxo são múltiplos e o real se funde com o imaginário… onde tudo é possível… É nesta aventura pedagógica, sempre centrada na procura de novos caminhos expressivos onde a criança e o jovem possam desenvolver as suas potencialidades artísticas e emocionais que, mais uma vez, partimos com o público para este 8º aniversário, concebido como um percurso de um dia, entre o fim da noite – com os seus sonhos e pesadelos – a alvorada, o amanhecer, o entardecer e de novo a noite, com a sua calma e folia! Convidamos-vos a vivenciar com os vários grupos que compõem o CIUL, dos mais pequenos aos mais crescidos, os diferentes matizes dos ambientes físicos e emocionais na passagem da luz para a sombra, da noite para o dia e do dia para a noite, da alegria para a tristeza, do histriónico para o intimista, do conhecido para o desconhecido, utilizando para tal a voz, o corpo, o espaço e a luz. Na escuridão do fim da noite, o nosso sono, embalado por estranhas palavras em dialecto ingrio – Ringmangulaul – é subitamente interrompido por feitiços maléficos nascidos num pesadelo cinematográfico… logo serenado pelo acalento de uma mãe atenta. Nesta paisagem onírica, eis que surge a luz com o Hymn to the Dawn sobre um poema de Rig Veda traduzido do sânscrito e dedicado ao nascer do dia e irrompem os sinos anunciando a alvorada com o desenfreado Carillon. Da enorme complexidade rítmica e harmónica à singeleza das canções de Delfina Figueiredo onde o novo dia acorda com melros e andorinhas, lado a lado com pássaros exóticos do Panamá – Angue – e flores vermelhas que brilham como o sol na tradição nipónica – Hakai Ana! E a manhã chega ao fim com brincadeira e energia, um gato mexicano que gosta de Chopin e outro… o das botas que, subjugado pelo seu amo, sonha com as gatinhas da Rainha!* Irrompendo em plena luz – Cantemus – exploramos novas acústicas e luminosidades e assistimos impotentes ao rapto de uma andorinha pelo vento. E o tempo pára, suspenso numa miragem, uma fonte no nosso deserto – Dromedário-Guia* – de onde partem 12 caminhantes na luz do poente recitando Haikus*, pequenos poemas contemplativos que antecedem a dor da separação – Toujours – e do abandono – Ne Hagyj Itt. Deixemo-nos levar para uma lenta mas inexorável caminhada para as sombras do entardecer onde o lusco-fusco da tarde brilha ao som das mil cores de Agora Baixou o Sol, desaguando no imortal Hymn à la Nuit de Rameau e adormecendo então ao som de canções tradicionais. Mas a noite também é festa… dança e tambores a tocar… alegria, energia e esperança neste nossos 120 pequenos (e não tão pequenos…) artistas que juntamente com os nossos convidados deste ano, vindos de terras suíças, prometem deixar uma luz acesa em tempos de escuridão! Erica Mandillo Coro convidado: Stimmwerkbande Direcção: Christian Klucker