Do período Barroco surgem-nos algumas das mais belas composições musicais. De facto, apesar de toda a sumptuosidade e exagero em diversos níveis, a música barroca é delicada, minuciosa e apresenta-se com uma elegância muito própria. Em jeito de elevação deste estilo, focamo-nos no grande centro da música europeia deste período, a Alemanha, onde destacamos alguns dos principais vultos como Kuhnau, Bach, e dois de seus percussores Hassler e Schütz. Destes compositores ouviremos diversas obras, cujos textos evidenciam o carácter penitencial e da frágil condição humana, muito próprio da época litúrgica que se atravessa antecedente à Páscoa – a Quaresma. A abertura do concerto é feita com uma secção de Polifonia Portuguesa dos sécs. XVI e XVII da Catedral de Évora – período de ouro da música renascentista, com compositores como Manuel Mendes, do qual se comemora 470 anos do seu nascimento; deste prelúdio musical ouviremos por isso as raízes musicais da música barroca, neste caso, portuguesa. A fechar o concerto aparece-nos a cantata Gott sei mir gnädig de Johann Kuhnau, obra surpreendentemente bela mas ao mesmo tempo dramática e intensa, para coro, solos e orquestra. Como introdução a esta última obra, é apresentado previamente o motete Der gerechte kommt um, que se crê harmonizado por Bach, a partir de um motete de Kuhnau Tristis et anima mea. Este concerto contará com as vozes do Coro Polifónico Eborae Musica - Évora e do Coro da Universidade de Lisboa, acompanhados pela Orquestra da Universidade de Lisboa e pelo organista André Ferreira. Coro Polifónico Eboræ Musica e Coro da Universidade de Lisboa Direção: Eduardo Martins