Visita comentada à exposição Arquivo e Democracia com o artista José Maçãs de Carvalho e a curadora Ana Rito. Através das várias obras apresentadas, são traçados um percurso e uma circularidade próprios, potencializados pela urbanidade das imagens (vídeo e fotografia).
Sobre a Exposição
O projeto Arquivo e Democracia é um ensaio visual sobre as mulheres de origem filipina que trabalham em Hong Kong, em serviços domésticos, e ocupam as ruas de Central aos domingos.
A exposição, que faz coincidir o corpo fotográfico e o corpo videográfico de José Maçãs de Carvalho, desenvolve-se em torno deste acontecimento protagonizado por uma comunidade de empregadas domésticas que se reúnem nas ruas do centro de Hong Kong, habitando-as como se de uma casa ou um quarto se tratassem, fazendo coincidir o espaço público com o espaço privado. As mulheres filipinas e vivem em casa dos seus empregadores. Trabalham 6 dias por semana. Ao domingo, por ser dia de folga e porque não lhes permitem que permaneçam em casa, passam o dia na cidade, ocupando ruas e praças importantes do Central District, uma zona de comércio de luxo.
As imagens revelam um confronto, mesmo que ingénuo, entre a escala desmedida e espetacular da arquitetura e a monumentalidade das milhares de mulheres filipinas que trabalham na cidade e que nela descansam, ao domingo.
Nm diálogo permanente entre a imagem fixa e em movimento, o artista, como um flâneur que transita das arcadas parisienses do século XIX para a contemporaneidade, coreografa uma multiplicidade de arquivos e dispõe em cena “aquele que passa”, segundo Ana Rito, a curadora da exposição.
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