SUBTERRÂNEO - O fim dos fins é não fazer nada a partir de FIÓDOR DOSTOIÉVSKI encenação de LUÍS ARAÚJO interpretação de NUNO CARDOSO "Sou um homem doente... Sou um homem mau... Sou um homem antipático... Acho que sofro do fígado, mas não percebo nada da minha doença, nem sequer sei ao certo o que me faz sofrer. Não me trato, nem nunca me tratei, apesar de ter alguma consideração pelos médicos. E se os considero é porque sou supersticioso... Sou muito instruído, não devia, portanto, ter superstições, mas tenho-as, pronto. Ninguém tem nada a haver com isso… Não me trato por pura maldade." Vinte anos depois de uma experiência marcante no seu percurso, Nuno Cardoso volta como actor a SUBTERRÂNEO, partindo do texto homónimo de Dostoiévski, que definiu o mundo que criou nessas paginas como "estranho, áspero e louco". Desta vez com encenação de Luís Araújo e com uma nova dramaturgia, SUBTERRÂNEO é a voz de um homem acossado que se entrega a um monólogo pleno de desencontros e contradições. A peça parte de "Cadernos do Subterrâneo", ponto de viragem na obra de Dostoiévski, que antecederia e marcaria as suas principais obras, despertando de forma implacável uma nova consciência sobre o lugar do homem na sociedade e avançando para territórios não explorados da literatura, o que levaria George Steiner a considerá‐lo, em termos formais, o mais decisivo texto para a modernidade literária. SUBTERRÂNEO é um monólogo que constantemente se reinventa como falso diálogo com interlocutores imaginários, fingindo respostas que de imediato desmonta, num jogo de espelhos onde fuga e confronto se equivalem, aqui exposto na solidão do palco. FICHA TÉCNICA encenação: Luís Araújo interpretação: Nuno Cardoso dramaturgia: Luís Araújo e Nuno Cardoso, a partir de "Cadernos do Subterrâneo" de Fiódor Dostoiévski cenografia: Tiago Pinhal Costa desenho de luz: Rui Monteiro sonoplastia: Pedro Augusto multimédia: Luís Araújo (com a colaboração de Sara Pazos e Sofia Lemos da Costa) fotografia: Sara Pazos operação de luz: João Teixeira direcção de produção: Pedro Jordão produção executiva: Alexandra Novo direcção administrativa e financeira: José Luís Ferreira produção: Ao Cabo Teatro coprodução: Ao Cabo Teatro, Centro Cultural Vila Flor, Centro de Arte de Ovar, Theatro Circo duração: 1h15 classificação: M/12 anos