Feira do Livro de Fotografia de Lisboa Lisbon's Photobook Fair
Calçada da Graça, 16 3º-drt - Lisboa
APRESENTAÇÃO de projeto autoral "Meia Laranja" de Hermano Noronha https://www.facebook.com/hermano.noronha.5 “Meia-Laranja”, termo náutico comum a diversos lugares portuários ou de saída para o mar, é uma expressão que vai muito além do seu sentido mais literal, escotilha de antecâmara de um navio, podendo designar um lugar, ou pedaço de território, em forma de semi-círculo. A estranha e lendária ligação entre os matos africanos e os mares do norte manteve-se através de um obscuro diploma legal publicado em 1927, por obra da Ditadura Militar que precedeu o Estado Novo. Preparando o caminho para o ansiado “ressurgimento” de uma indústria nacional do bacalhau e oferecendo aos armadores crédito barato e alguma ordem no recrutamento das tripulações, o Governo penalizava como “desertores” os pescadores que faltassem ao embarque. Além disso, aqueles que provassem ter cumprido, pelo menos, seis campanhas consecutivas de pesca nos mares da Terra Nova seriam dispensados de cumprir serviço militar e transferidos para a “reserva naval”. O Decreto foi cumprido marginalmente durante largos anos, mas adquiriu uma enorme importância quando rebentou a guerra em Angola, em 1961. A dificuldade que então já se sentia para recrutar homens para o bacalhau devido à emigração para França apressou o Estado a usar a velha lei como incentivo ao recrutamento. Confrontados com o dilema da opção muitos foram os homens que preferiram os icebergues aos matos. (Álvaro Garrido - Professor da Universidade de Coimbra. Consultor do Museu Marítimo de Ílhavo) Observações O projeto está exposta no Museu Marítimo de Ílhavo e foi lançada uma edição de autor com texto do Dr. Álvaro Garrido. A exposição “Meia Laranja”, até 2 de abril de 2017 no Museu Marítimo de Ílhavo.
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